Centro de Saúde

Suspirei.
- Okey.
Fechei os olhos e tapei-me até à cabeça.

Olhei para ela toda escondida e continuei a andar de um lado para o outro.
A atitude dela estava a irritar-me.

Abracei-me ao peluche como se fosse a minha bebé e cantarolei muito baixinho, fechando os olhos.
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Suspirei e parei em frente a cama quando a ouvi cantar.
- Allison
Sentei-me na cama
- Tu amanhã vais sair do hospital, tens de reagir

Não parei de cantarolar e quando acabei a música, suspirei.
- Boa noite Blake.

Bufei e encolhi os ombros
- Como queiras
Sentei-me no cadeirão
- Boa noite Allison

Uma enfermeira apagou todas as luzes enquanto passava pelos quartos e, algum tempo depois, comecei a fazer estalinhos com a lingua para não recomeçar a chorar.

De manhã o médico acordou-me para dar a alta de Allison
- Obrigado
Levantei-me e abanei-lhe o braço
- Allison. Allison acorda

Descobri a cabeça e olhei-o.
- Estive acordada toda a noite.

- Devias ter dormido, vamos para casa
Levantei a folha
- Tiveste alta, vou-te levar para o camp

Encolhi os ombros.
- É indiferente.
Levantei-me, já sem ter os fios que me tinham tirado durante a noite.

Revirei os olhos e guardei o papel no bolso.
Peguei na mala dela que tinha roupa e etc
- Vamos
Disse da posta, esperando que me seguisse

Estendi os braços.
- A minha roupa.

Atirei-lhe o saco para os pés
- Eu não ta roubo
Revirei os olhos

Revirei os olhos e despi a bata do hospital, vestindo a minha roupa.
- Não tinha nada haver com isso.

Encolhi os ombros
- Anda
Mandei e abri a porta para ela passar

Coloquei a mala no ombro, apesar de me estar a sentir fraca porque nem comera e peguei no peluche, saindo daquele quarto.

Peguei na mala e tirei-a do seu ombro.
- Nem penses em dizer nada
Passei a sua frente, direccionando-a ate ao carro

Continuei com o ursinho na mão e segui-o até ao carro.
- Não ia dizer.

- Ainda bem
Atirei a mala para o banco traseiro e fui-me sentar ao volante

Abri a porta e entrei, sentando-me e cruzando as pernas à chinês sobre o banco, abraçando o meu corpo.
Olhei em frente.

Pus musica para nao irmos em silencio e conduzi ate ao camp.
- Queres que te leve ao teu quarto ou queres ir sozinha?

Encolhi os ombros.
- Como quiseres.

Revirei os olhos
- Foda-se é uma resposta simples
Bati com as maos no volante
- ou queres ou nao queres

Suspirei.
- Sim mas tu é que sabes.

- Então eu vou contigo
Sai do carro e peguei na mala
- Vamos
Mandei, dirigindo-me para o seu quarto

Senti o meu telemóvel vibrar no meu bolso e atendi logo.
-Olá Kevin - disse uma voz que eu conhecia de algum lado. Suspirei ao perceber que era a minha médica, pelo número que estava no visor.
-Eu estou bem.
-Não te liguei para falar contigo, estava à procura de informação de uma rapariga que entrou no hospital - parei completamente a passadeira e comecei a andar em direcção à minha mala - ela tem o teu número como emergência, mas está aqui um rapaz que diz ser o namorado dela, eu vi que era o teu número porque ando farta de te tentar ligar. - assenti.
-Ela é como?
-Ruiva - Desliguei o telemóvel mas ela me deu aquela informação e desatei a correr até ao meu carro não querendo saber se estava nervoso demais para conduzir ou não.

*Rubyzita ainda off
Obrigaram-me a sentar na sala de espera enquanto a iam ver. Diziam que ela tinha homorragias internas e que podia ser grave. Não queria que ela morresse, ela tinha de ficar comigo. Mas antes morrer a ficar com o Kevin ou outro gajo qualquer.
Levantei-me ao ver uma enfermeira vir ter comigo - As lesões mais graves são na cabeça.. pensamos que ela poderá sofrer alguns danos, e com isto falamos de perda de memória. Dependendo do caso, pode ser a longo ou a curto prazo e a duração só depende dela. Lamento. Pode entrar quando quiser.
Entrei para o quarto onde a vi deitada na cama, ligada a montes de tubos e sentei-me na cadeira ao lado. Agarrei-lhe na mão e sorri. Amnésia. Parecia que afinal estava tudo a meu favor.

Estacionei o carro, mal, mas estacionei e antes de sair passei as mãos pelos olhos ainda com as palavras da minha médica a chocalhar na cabeça. Estava alguém com ela, alguém que dizia ser namorado dela. Engoli em seco abanando a cabeça e saí à pressa do carro entrando nas salas olhando em volta. Vi a minha médica ao longe.
-Onde é que ela está? - perguntei indo ter com ela, ela apenas apontou para uma porta e consegui ver pela janela aquilo que eu mais temia.

Encostei-me no sofá mas não lhe larguei a mão, enquanto ela ficava parada na cama de hospital, como se estivesse a dormir, não fossem aquelas máquinas todas. Olhei para a janela quando vi alguém encostado à mesma e levantei a outra mão, fazendo sinal ao Kevin e sorrindo levemente.