Centro de Saúde

- Não digas ew. - beijei-o e sorri - Tens de comer. Precisas de repor energias. - coloquei o tabuleiro no colo dele e sentei-me na cama - Se queres sair daqui tens de ficar melhor.

-Mas não tenho apetite - disse agarrando no pacote de leite e abanando-o ficando a olhar para ele. Deslizei pela cama a baixo e espetei a palhinha no pacote levando-o à boca.

- Isso mesmo. Bebe leitinho. - dei-lhe um beijo na testa e sorri. Tirei um pacote de bolachas e fui comendo-as. Assim que acabei, voltei a deitar-me na cama a olhar para ele - Tinha saudades tuas.

-Sabe mal - queixei-me e quando estava quase no fim mandei-o para a mesa que andava. Fechei os olhos até ela acabar de comer e sorri esticando um braço e passando-o pelo seu cabelo.
-Eu também. - murmurei ficando a olhar para ela. - O cookie?

- Está com os meus pais. A Lilly não o tem deixado. Ele pelo menos não foge como o gato. - sorri e beijei-lhe o pescoço - Como é que foi conhecer o Jack? - perguntei baixinho.

Sorri levemente sentando-me novamente antes que ficasse mal disposto. Abanei a cabeça com a pergunta dela e fiquei a brincar com o pacote de leite.
-Não muito bom..

Suspirei - Agora já percebeste porque é que eu achei que eras o Jack.. - sentei-me também e sentei-me em cima das pernas dele, mas a fazer força nos joelhos para não me sentar completamente e magoá-lo, Mexi-lhe no cabelo e beijei-o - Com o tempo vocês vão acabar por se dar bem.

Abanei a cabeça e encostei a mesmo no seu ombro virando a cara depois para a parede enquanto a abraçava.
-Não, ele odeia-me... tu devias ter visto - suspirei fechando os olhos e quando os voltei a abrir vi a médica a olhar-nos pela janela - vamos embora, sinto-me demasiado observado, estão sempre a vigiar-me.

- Mas com o tempo vão resolver tudo. Vocês precisam de se conhecer. - olhei para a janela e suspirei - Só podes ir embora quando te derem alta e te deixarem sair..

Não acreditava muito nisso mas encolhi os ombros e fiquei no mesmo sítio enquanto ela nos olhava.
-Porquê? - perguntei engolindo em seco - tens medo que eu seja um demente que anda para aí a cortar-se? - perguntei.

Toquei-lhe no queixo e olhei-o nos olhos - Tu é que achas isso de ti, não eu. - cheguei-me mais para a frente e sentei-me no colo dele, com uma perna de cada lado do corpo dele - Tu prometeste não voltar a magoar-te.. não cumpriste a promessa mas espero que desta vez seja a sério. Até porque eu não vou deixar que te cortes mais. Mas não, não acho que sejas um demente que se anda para ai a cortar.

Suspirei apontando para a médica.
-Ela acha que eu sou. É por isso que está sempre aqui - disse fechando os olhos e virando a cara para o pescoço dela abraçando-a novamente. - Eu sei que prometi - suspirei.

- Se melhorares mesmo, o meu pai é capaz de arranjar maneira de tu saires daqui. - fiz-lhe festinhas no cabelo e assenti - Prometeste e vais cumprimir. - agarrei na cara dele com as duas mão e beijei-o.

Beijei-a assentindo e deitei-me novamente olhando para o saco do soro.
-O teu pai não vai arranjar maneira de me tirar daqui

Sai do colo dele e voltei a deitar-me ao seu lado - Não vai conseguir porquê? - deitei a cabeça no peito dele e passei as mãos pelos braços dele. Gostava da sensação de sentir os braços definidos dele, e as veias salientes. Sorri e escondi a cara no peito dele.

-Não é conseguir é mesmo não querer - olhei para ela - ele disse uma coisa simples: "não magoes a minha filha" e eu fi-lo a dobrar - acariciei-lhe a bochecha - por mais que eu peça desculpa e tu digas que estou desculpado, não vou sentir que devo estar - suspirei. Fechei os olhos e estiquei-me para a água ficando algum tempo calado. - Eu só faço asneiras - abanei a cabeça e calei-me antes que dissesse alguma coisa pior.

- O meu pai não é assim. Ele vai tirar-te daqui quando tiveres capacidades de sair daqui. - olhei-o e abanei a cabeça - Mas estás mesmo desculpado. E os meus pais vão voltar a dar-se contigo como no jantar. Só tens de dar tempo, também. - suspirei e voltei a meter-me em cima dele, já sei saber o que dizer ou fazer. Dei-lhe beijos no maxilar, não querendo saber se vinha alguma médica controlar - Isso é mentira. Não fazes só asneiras. Também fazes coisas boas. - sorri.

Passei as mãos pelas suas costas abraçando-a e olhei-a puxando-lhe o cabelo para trás.
-Tipo o quê? - perguntei. É que por acaso não estava mesmo a ver o que é que tinha feito de bom.

Encostei o queixo ao peito dele e olhei-o sorrindo - Tipo não te aproveitaste de mim quando estava bêbada, os desenhos que fizeste de mim, teres sido super simpático com a minha família, teres mesmo feito com que me sentisse especial e diferente quando fizemos sexo, teres ajudado-me na feira, teres levado-me para o hospital, ajudares-me a passar o trauma, impedires que eu me matasse. - sorri mais - Tipo teres-me feito apaixonar por ti. Fizeste muitas coisas boas.

-Eu vejo mais aspectos negativos - encolhi os ombros acariciando-lhe a bochecha e estiquei a cabeça até a beijar segurando-lhe no rosto. - qualquer um faria isso, mas ainda bem que só faço eu - sorri levemente.

- Mas não tens de ver. - queixei-me e dei-lhe beijinhos no pescoço - Hm.. só se me vires como um aspeto negativo.. ai eu percebo..

-Isso é impossível - disse de olhos fechados por causa dos seus beijinhos no seu pescoço. Apetecia-me esmurrar-me mentalmente por estar novamente quase a adormecer mas deixei-me estar quieto e acordado - a tua irmã vem hoje?

Sorri e deitei a cabeça no peito dele - Acho que sim. Mas se vierem é mais logo. - tapei-nos com as mantar - Precisas de descansar. Mas - ri-me - não tenhas sonhos molhados.

Ri-me com o que ela disse e puxei-a para mim, felizmente já conseguia fazer alguma coisa de jeito com os braços. Abracei-a encostando a minha cabeça ao seu ombro enquanto fazia festinhas no seu braço.

Sorri e senti os olhos ficarem cada vez mais pesados - Era suposto tu dormires, não é. - resmunguei baixinho e acabei por voltar a adormecer em cima dele.

Ri-me levemente quando resmungou e beijei-lhe a bochecha vendo-a a adormecer, assim que o fez eu também adormeci acordando depois mal disposto porque uma enfermeira praticamente expulsou Ruby de cima de mim, e ela estava a aquecer-me. Não fiquei com cara de muitos amigos e por isso ela não ficou muito tempo a examinar-me.
-Velha macabra - resmunguei.

Agarrei-me às mantas quando a velha me mandou sair de cima dele. - Está frio. - queixei-me e cheguei-me mais para ele - Quando saires daqui vou dormir em cima de ti todos os dias. - revirei os olhos.

-Estúpida - reclamei para a velha puxando novamente Ruby e dando-lhe festinhas na cabeça.
-Ainda bem, eu quero que faças isso, deixas-me quentinho também - disse beijando a sua testa e virando-me de lado.

Cheguei-me mais para ele e encostei a cara ao peito dele. - Eu faço não te preocupes. - sorri e coloquei um braço à volta do corpo dele - Quando saires daqui faço tudo o que quiseres enquanto não estiveres completamente recuperado.

-Eu não preciso disso, só preciso que estejas comigo - disse fechando os olhos e beijando-lhe a testa apertando-a contra mim - amo-te princesa - murmurei.