Quarto da Hailey Wood

Encostei-me a porta do meu quarto quando la chegamos e puxei-o para mim beijando-o mais uma vez ate ficar sem ar - Eu depois vou ter contigo. - apertei-lhe a cintura. Tinha um grande aperto no coraçao que nunca mais passava e que me dizia que alguma coisa nao estava bem.

Assim que chegámos à porta do seu quarto retribuí o seu beijo - Está bem, eu vou estar no meu quarto - disse dando-lhe um beijo na testa antes de a puxar para mim.

Abracei-me a ele com todas as forças que tinha e ficamos assim durante um bocado ate eu parar de fazer força - Vai. - disse beijando-lhe os labios ao de leve.

Abracei-a de igual forma e suspirei quando ela disse para eu ir.
-Até logo - beijei a sua testa e fui caminhando para o meu quarto de costas, olhando para Hailey e tendo cuidado pelo caminho para não cair.

Fiquei a ve-lo ir-se embora a quando deixei de o avistar entrei no quarto e fechei a porta atras de mim. Atirei-me para cima da cama e chorei ate me os olhos estarem todos inchados e me doerem. Ouvi baterem-me a porta e fui abrir suspirando quando vi quem era.
-Estiveste a chorar.... - a voz dele estava calma talvez como nunca havia estado antes.
-Harry e melhor se tu te fores embora... - antes que pudesse mexer qualquer musculo ele entrou pelo meu quarto a dentro e empurrou-me para a cama deitando-se em cima de mim.
-Tive tantas saudades tuas... - beijou-me apesar dos meus esforços para que ele se afastasse
-Eu nao quero.... - disse assim que comecei a senti-lo meter as suas maos por dentro do meu top fininho. Ele sentou-se em cima de mim com uma cara bastante confusa - Porque e que estavas a beijar outro gajo Hailey? - ele odiava quando eu recusava o sexo.
-Eu nao te amo Harry.... nunca te amei... eu mudei e quero acabar contigo. - tentei sair de debaixo dele mas fui parada pelos seus braços fortes e musculados.
-EU AMO-TE HAILEY SEMPRE FIZ TUDO POR TI E TU AGORA ACABAS COMIGO? TU VAIS VOLTAR COMIGO PARA CASA! - encolhi-me toda com os seus gritos.
-Eu nao quero voltar. - solucei sentindo as lagrimas cairem de novo e os meus olhos a doerem cada vez mais - Eu quero o Stiles, quero ficar com ele. - apertei a colcha com força e continuei a debater-me. Ele saiu de cima de mim e começou a andar as voltas pelo quarto. SEntei-me na cama e puxei o top o mais para baixo possivel.
-O teu pai levou um tiro e esta no hospital. - disse ele sem quaisquer rodeios. Levantei-me da cama apesar de as pernas fraquejarem e tirei as malas de debaixo da cama começando a jogar as minhas roupas la para dentro pelo meio de soluços e muitochoro. Ele sorriu satisfeito e ficou a minha espera. Saimos os dois do quarto e solucei ainda com mais convicçao ao passar pelo quarto dele.... Deixei-lhe um bilhete a dizer que o amava mas que nunca mais o poderia ver e que nao podiamos ficar juntos e entrei no carro que me conduziu a casa.

De tao cansada que estava dormi a viagem inteira e assim que acordei, olhei para o lado e vi Harry desatei a chorar. Escondi a cara nas maos e tentei desviar-me de todos os seus toques insistentes. Abri o porta luvas onde sabia que ele tinha uns oculos e meti-os vestindo tambem um casaco com capuz que ele me passou para as maos. Sai do carro sem esperar por ele e entrei pelas portas do hospital a correr.

Debrucei-me sobre o balcao da receçao e pedi informaçoes sobre o meu pai a senhora que estava por detras do balcao. Percorri os corredores com Harry a meu lado e entrei no quarto onde ele estava. Abri a boca quando o vi todo ligado a maquinas e a dormir mas nenhum som que fosse me saiu dos labios. Sentei-me numa cadeira ao lado da sua cama e peguei-lhe na mao.
-Desculpa pai... - murmurei - Desculpa ter-te deixado desprotegido... - eu tinha querido ficar com ele e pensar noutra soluçao mas ele exigiu que eu me fosse embora. E eu simplesmente fui. Nunca o devia ter feito... e outra das grandes duvidas que me assombrava era como e que Harry sabia do meu paradeiro. Toda a gente pensava que eu estava num colegio interno, porque e que ele nao pensava isso tambem? Os meus pensamentos foram interrompidos pelo vibrar do meu telemovel atual no meu bolso. Era um numero privado pelo que pressionei o botao vermelho. O telemovel continuou a vibrar o que me fez levantar da cadeira e ir la para fora. Encostei-me a parede e atendi.
-Estou? - olhei para Harry a minha frente que parecia nao me deixar de seguir.

Assim que ouvi a voz dele do outro lado um arrepio percorreu-me o corpo e fui obrigada sentar-me numa das cadeiras do corredor pois as minhas pernas perderam todas as forças.
-Stiles.... eu nao te posso dizer nada. Mas eu estou bem. - garanti-lhe. Bem como quem diz, o meu pai esta numa cama de hospital mas eu nao lhe queria dizer isso, nao o queria metido em todas aquelas confusoes - Nao me ligues mais, esta bem? Eu nao quero que te magoes. Eu amo-te. - olhei para cima e vi uma expressao magoada e furiosa no olhar de Harry que estava a ouvir tudo o que eu dizia.

-Eu nao te posso dizer nada Stiles... - repeti nao querendo ser bruta com ele - Desculpa-me se alguma vez te fiz sofrer. - calei-me e fiquei durante alguns minutos apenas a ouvir a sua respiraçao do outro lado do telemovel - Amo-te. - murmurei uma ultima vez desligando o telefone de seguida antes que perdesse a coragem. Levantei-me da cadeira apesar das pernas fracas e passei por Harry a correr saindo do hospital e encostando-me a porta do carro dele a chorar - Harry eu quero ficar sozinha.... - ao contrario do que eu pensava, em vez de me dar um abraço ou tentar beijar-me Harry encostou-me ao nariz um pano. Tentei debater-me mas deixei de ver e sentir caindo inanimada nos seus braços.

Acordei com uma terrivel dor de cabeça, ja para nao falar na dor que me percorria as pernas e as costas e que me impedia de mexer apesar de eu o querer fazer mesmo muito. Preicsei de alguns minutos para reunir a força necessaria para me sentar. Senti a parede e encostei a cabeça e as costas a esta abrindo os olhos devagarinho. Estava num armazem em muito mau estado, parecia que ia desabar a qualquer momento. Passei a mao pela testa e senti-a a escaldar. Apercebi-me que estava a arder em febre quando multiplos arrepios de frio me percorreram o corpo. Mais uma vez nao consegui aguentar-me e recomecei a chorar encolhendo-me toda para me aquecer o mais possivel.

Nao sei quantos dias passaram ou se ja eram meses. So via a luz do dia quando Harry me vinha ver, ele era o unico que tinha autorizaçao para me ver, nao deixava que mais ninguem me tocasse ou sequer me pusesse a vista em cima. Estremeci com o som da porta a abrir, tudo me assustava. Suspirei ao ver Harry que trazia um saco provavelmente com comida na mao. Apesar dos seus cuidados para comigo eu continuava muito doente e sem vontade nenhuma de comer.
- Trouxe-te o pequeno almoço amor. - agitou o saco no ar e deslizou para o chao sentando-se ao meu lado. Abracei ainda mais os meus joelhos, a posiçao que adotava sempre e virei a cara para o outro lado. Tinha nojo dele e de tudo o que viesse das suas maos. Mesmo nao tendo visitas de mais ninguem tinha ouvido umas conversas que me tinham feito perceber o essencial: Harry sempre tinha estado do lado daqueles homens e planeavam pedir um resgate por mim ao meu pai e depois de ter o dinheiro matar-me. Fui interrompida pela voz de Harry que insistia para que eu agarrasse no embrulho que ele me estendia. Olhei-o com nojo e cerrei os punhos com força quando senti a palma da sua mao embater na minha cara.

Fomos até ao hospital e fizemo-nos passar por familiares do pai da Hailey. Ele estava acordado e em melhor estado do que havia sido descrito há uns dias.
Falámos com ele e ele teve-nos a contar tudo o que se tinha passado para que a Hailey tivesse que fugir.
Agradecemos a ajuda e mantivémo-lo com uma espécie de intercomunicador, escondido na sua almofada, caso algum dos mafiosos entrásse lá e pudesse dizer alguma coisa acerca do paradeiro da Hailey e do outro cabrão.
Eu estava ansioso por encontrar Hailey, mas o meu pai dizia-me sempre para eu manter a calma e que tínhamos de andar antes de correr.

Tombei para tras mas fui agarrada por um dos seus braços. Mordi o labio ao mesmo tempo que outra chapada dele me atingiu a bochecha fazendo-me sangrar deste. Senti o sabor do sangue na minha boca o que me fez ter varios flashbacks do dia da morte da minha mae. Ele continuou a bater-me acabando por se levantar e mandar-me para o chao. Deitei-me enroscada em mim propria mas nao a tempo de evitar um pontape na barriga que me fez impulsionar para a frente e deitar a pouca comida ou quase nenhuma que tinha no estomago para fora.

Um dia, dois dias passaram e o meu pai não me dizia nada sobre a Hailey ou o outro bastardo!
Nenhum dos mafiosos tinha sido preso ainda, se um deles fosse, os outros saberiam e algo podia acontecer a Hailey.
Havia um polícia que estava naquele caso há meses, disfarçado e nenhum dos mafiosos tinha desconfiado, segundo ele.
Finalmente descobriu-se onde Hailey estava: dentro de um armazém no meio do nada e dali a umas horas, o chefe deles ia reuni-los todos lá o que proporcionava o momento perfeito para a polícia intervir.

Fiquei deitada no chao cheia de dores e com a cabeça numa confusao total. Queria voltar atras, aos tempos em que era eu e o Stiles. Conseguia sentir os seus beijos nos meus labios, o seu toque por todo o meu corpo e conseguia ouvi-lo dizer que me amava. Rebentei a chorar com todas estas memorias e limpei o sangue da boca com a mao gemendo de dor ao passar a mao pela cara, que conseguia sentir toda inchada.

Estávamos estacionados ao pé do armazém e a polícia estava toda preparada para os atacar e eu claro tinha de ficar num sítio escondido porque o meu pai é um pai-galinha.
Umas horas depois conseguiram entrar lá dentro e eu fiquei imenso tempo à espera de saber o que raio se passava.

Entrei completamente em panico quando varios homens armados entraram pelo armazem a dentro apontando as suas armas para todos os cantos. Comecei aos gritos e a debater-me nos braços de alguns que tentaram levantar-me e olhei para cima vendo que era o pai de Stiles que me segurava. Abracei-me a ele com todas as forças e chorei desalmadamente contra o seu peito.

Finalmente vi pessoas a sair do armazém.
Três deles enfiaram-se dentro de um carro e fugiram, perseguidos por um carro da polícia. Saí do meu esconderijo e finalmente vi o meu pai que trazia alguém ao colo. Quando me aproximei mais, vi que era Hailey.
Comecei a correr a toda a velocidade até eles e tirei-a do colo do meu pai.
-Hailey - suspirei de alívio e olhei para o meu pai em forma de agradecimento e de alívio também por ele estar bem.

Encostei-me ao pai dele que me levou dali para fora. Fechei os olhos assim que vi a luz do dia e encolhi-me toda sentindo um cheiro familiar juntoo a mim. Estendi os braços para ele e instalei-me no seu colo chorando e puxando-o para me beijar. Beijei-o durante de bastante tempo apesar de toda a minha cara latejar.

Segurei-a no meu colo com jeitinho e beijei-a quando ela me puxou para ela.
-Hailey, Hailey, tive tanto medo por ti - suspirei e arregalei os olhos ao ver o seu estado - O que é que aquele cabrão te fez? - perguntei, caminhando com ela até ao carro para a podermos levar ao hospital.

Agarrei-me a ele com unhas e dentes e continuei a beijar-lhe a bochecha toda - Eu nao quero saber dele. - parei de chorar e limpei as lagrimas da cara, que neste momento ja eram lagrimas de alivio - Eu nao quero ohospital, quero ficar sozinha contigo.

O meu pai veio a seguir-nos e entrou também dentro do carro.
Acariciei o seu rosto levemente e beijei o seu nariz - Tu tens de ir lá, tu não estás bem - pedi - Por favor, amor, tu precisas de ficar bem.

Deitei-me no seu colo como se fosse um bebe e assenti. SE era preciso passar por todas aquelas horas de seca para depois poder ter todo o tempo do mundo com ele eu ia fazer esse esforço. Por ele, era tudo por ele.

-Eu não te deixo lá no hospital, está descansada - acariciei os seus cabelos e olhei para ela.
Finalmente chegámos ao hospital, eu dei um beijo ao meu pai e fui arranjar um quarto a Hailey onde a iriam examinar e tudo mais.

Fechei os olhos acabando por adormecer, muito provavelmente o meu primeiro sono descansado desde que tudo aquilo tinha começado. Quando acordei estava deitada numa cama de hospital. Olhei por todos os lados a procura de Stiles e sorri ao ve-lo debruçado sobre a minha cama a dormir tambem.

Suspirei quando ela finalmente estava na cama de hospital e eu finalmente adormeci todo torto depois de dias sem dormir.

Ri-me da sua posiçao, ja tinha saudades de me rir com ele e de passar aqueles momentos completamente despreocupada. Mexi-lhe no cabelo e deslizei na cama ate ficar ao nivel da cara dele para lhe dar beijinhos.

Acordei sobressaltado mas quando vi era só Hailey a dar-me beijinhos.
-Bom dia - sorri e dei-lhe um beijo - Como é que te estás a sentir? - perguntei saindo daquele posição estúpida.

-Ola Stileszinho. - toquei-lhe na face beijando-o de volta - Eu estou bem, nem precisava de estar aqui... AS dores eram mais psicologicas do que propriamente fisicas. - encostei-me a uma almofada.