Quarto de Dylan Williams

Segui até ao meu quarto, como já era tarde e estava cansado do longo dia que tivera despi-me logo e deitei-me na cama adormecendo poucos minutos depois.
Acordei já na manhã seguinte, depois de mais alguns minutos a dormitar na cama levantei-me indo até à casa de banho, tomei um duche não muito demorado e depois voltei ao quarto vestindo-me. Depois disso como não tinha nada mais para fazer fui arrumar as minhas malas, enquanto o fazia encontrei lá no meio a pequena saquinha de droga que continha o pó branco, a qual eu tinha trazido comigo. Engoli em seco, já tinha prometido a mim mesmo montes de vezes que ia deixar aquela porcaria. Suspirei e passei a saquinha de uma mão para a outra repetidas vezes. - Só mais uma vez não vai fazer mal... - disse a mim mesmo e sentei-me na cama. Peguei antes numa folha de papel e numa palhinha e pousei-as sobre a cama. Deitei um pouco do pó na folha juntando-o num pequeno monte. Peguei depois na palhinha, aproximei-a do meu nariz e baixei-me ligeiramente começando a snifar o pó e sentindo-o entrar em mim.

Foi fácil encontrar o quarto dele, e assim que o encontrei entrei logo de costas para ver se alguém me via , porque se fosse apanhada ali estava lixada. Quando me voltei para o quarto deparei-me com ele em cima da cama, a... dograr-se? Arregalei os olhos aquilo que tinha visto e permaneci calada engolindo em seco. - Ahmmm, só vim deixar o teu casaco. - disto isto deixei o casaco em cima da cómoda e olhei-o encredulamente. - Vou-me já embora. - murmurei e não pensei duas vezes e sai do seu quarto.

Arregalei muito os olhos e levantei a cabeça quando ouvi aquela voz. Não, não podia estar a contecer aquilo, empurrei rapidamente as coisas para trás de mim apesar de ela já ter visto tudo. Que raiva, ninguém me podia ver a fazer aquilo, muito menos aqui. Engoli em seco quando ela saiu do quarto e levantei-me rapidamente indo até à porta, abri-a e vi-a ainda no corredor. - Emilie... - chamei-a.

Virei-me lentamente para trás quando o ouvi chamar o pelo meu nome e olhei-o. - Só vim deixar ai o teu casaco... - voltei a dizer, sem saber o porque de ele ter vindo atrás de mim. Mas... ele não tinha cara de quem se dograva...

- Tu... não é nada do que estás a pensar... - tentei desculpar-me apesar de ser impossível, ela tinha visto tudo e ser mesmo o que ela estava a pensar. Suspirei. - Não podes contar a ninguém. - disse engolindo em seco, se alguém daqui do camp soubesse eu era logo expulso daqui.

Não respondi a nada do que ele tinha dito e empurrei-o pelo seu peito para dentro do seu quarto como tinha a porta aberta e olhei-o nos olhos. Talvez a segunda vez que o fazia. - Dylan, promete que não o fazes mais nenhuma vez... - pedi. Eu era assim... gostava de me dar bem com as pessoas e parece que apesar de ter começando com ele como tinha começando que até podíamos ser amigos.

Olhei-a quando ela me empurrou até dentro o quarto e engoli em seco quando me disse para prometer aquilo. Baixei o olhar desviando assim os meus olhos dos seus e mordi ligeiramente o lábio. - Ahm... prometo... - murmurei sem nenhuma convicção, pois eu sabia que ia ser difícil não voltar a fazê-lo e nem sequer sabia se queria realmente não o fazer...

Fiz com que ele me olhasse novamente e de seguida afastei-me um pouco dele, para não pensar que estaria a abusar ou alguma coisa assim do género. - Isso faz-te mal... - murmurei porque um rapaz do meu grupo de amigos já tinha morrido por causa disso... Baixei, desta vez, eu o olhar ao lembrar-me disso... ainda por cima... eu gostava dele nessa altura.

Desviei outra vez o olhar, não conseguindo olhá-la muito menos nos olhos. Engoli em seco e sentei-me na beira da cama. - Eu sei disso... - sabia e estava farto de saber, e queria mesmo deixar aquilo, mas não conseguia.... Havia sempre algo que me fazia drogar-me de novo. Olhei para ela quando baixou o olhar e levantei-me aproximando-me dela e puxando-lhe o rosto para cima. - Que se passa? - perguntei.

Fui obrigada a levar a cabeça por ele, mas mesmo assim não o olhei. Vá, Emilie, tu consegues parecer normal e mentir-lhe, afinal só o conheceste ontem, não a-de de descobrir. pensei para mim mesma. - Nada. - murmurei mordendo o meu lábio inferior ligeiramente por estar a mentir.

Suspirei, não sei porquê mas sabia que ela estava novamente a mentir. Decidi não insistir no assunto, se ela não queria falar era porque não podia ou porque eu não tinha nada a ver com isso. - Não vais contar a ninguém pois não...? - perguntei.

Mexi os dedos uns com os outros num acto de puro nervosismo e suspirei. - Não, podes ficar descansado. - acabei por dizer passado algum tempo depois de estar cada. - Ahm... já tomaste o pequeno almoço? - perguntei na esperança de ele poder vir comigo, afinal só o conhecia a ele.

Suspirei quando ela disse que não contava. - Obrigado... - esperava mesmo que não, pois não queria ser expulso daqui, visto ainda só agora ter chegado. Além disso queria ficar longe dos problemas que aquilo tudo poderia implicar. - Ainda não. - disse acompanhado de um ligeiro abanar da cabeça como resposta ao que me tinha perguntado.

Encostei-me à ombreira da porta que ainda estava meia aberta, desde que tínhamos entrado. - E... queres ir? Ou nem por isso. - convidei-o. Talvez ele tivesse algo para fazer... não sei. - Se puderes, claro. - acrescentei olhando para ele.

- Sim eu vou contigo... - disse assentindo com a cabeça, aquilo tinha -me feito perder toda a fome que tinha, mas não custava nada ir com ela. - Deixa-me só arrumar isto.... - murmurei virando-me de costas para ela e pegando nas coisas da droga e metendo tudo numa gaveta.

Assenti com a cabeça ao seu pedido. - Tudo bem . - murmurei e tirei o meu telemóvel do bolso enquanto ele arrumava aquilo e abri uma mensagem da minha melhor amiga e rapidamente respondi voltando a guardar o telemóvel e olhei para ele, visto que já estava pronto. - Vamos?

- Sim. - disse enquanto dava uma ultima olhadela ao quarto para ver se não tinha nada daquelas coisas por ali à mostra. Suspirei e segurei-a levemente pelo braço guiando-a para fora do quarto e seguimos ate ao bar.

Entrei no quarto, despi-me e fui tomar um banho. Voltei depois e acabei de arrumar o resto das coisas que não tinha arrumado ainda. Tirei a saquinha da droga da gaveta e guardei-a num sítio mais escondido e seguro. Suspirei e depois de arrumar tudo deitei-me na cama e adormeci.

Dois dias mais tarde, e depois de já ter andado a conhecer melhor o camp, vesti uns calções de banho e uma t-shirt. Peguei no maço de tabaco e sai do quarto indo para a praia.

Fui logo para o meu quarto, a praia deixara-me cansado como tudo. Fui tomar um banho para tirar o sal do corpo e depois deitei-me na cama acabando por adormecer uns instantes depois.
Alguns dias mais tarde decidi mandar mensagem à Emilie, para combinar-mos a nossa saída para esse mesmo dia à noite. Depois de tudo combinado deixei-me ficar no quarto a ver uns filmes. Quando estava perto da hora combinada fui tomar banho, vesti umas calças de ganga e uma t-shirt, deitei um pouco de perfume e sai do quaro depois de uma última olhadela ao espelho.

Levei-a ao colo até ao meu quarto, entrei no mesmo e com todo o cuidado deitei-a na minha cama, peguei numa manta e meti-a por cima dela aconchegando-a para que o seu corpo começasse novamente a aquecer.

Já começava a sentir algum calor vindo não sei eu de onde, mas senti-a bem assim, porque quase tremia de frio. Não ouvia nada, mas também não conseguia abri os olhos.

Olhei mais atentamente para ela quando vi que começava a tremer provavelmente de frio. Aconcheguei-a melhor. - Emilie... - chamei enqaunto passava os dedos pelo seu rosto.

Ouvi uma voz chamar-me mas continuava sem conseguir abrir os olhos, mexer-me, ou falar. Continuei quieta enquanto algo que me passava na cara sabia bem.

Continuei a passar os dedos pelo seu rosto enquanto esperava que ela acordasse, ela ia acordar mais tarde ou mais cedo... tinha de acordar.

Tentei abrir os olhos mas parecia que eles tremiam e ao fim de os abrir ligeiramente não consegui ver nada porque tinha a visão turva.

- Emilie... - chamei quando vi os seus olhos a mexerem-se. - Estás a ouvir-me? - perguntei sem deixar de a olhar.

Assenti muito levemente com a cabeça sem saber se aquilo tinha sido suficiente para alguém do outro lado perceber. Tentei mexer-me mas gemi baixinho de dor ao mexer o meu ombro.

Suspirei um pouco mais aliviado quando vi ela assentir levemente com a cabeça. - Consegues abrir os olhos? - perguntei-lhe.

Abri mais um pouco os olhos e continuava com a visão um pouco turva. Com o outro braço que não estava magoada tentei procurar a pessoa que estava ali comigo.