Praia

Coloquei os braços à volta do pescoço dele quando ele me pegou ao colo e sorri ligeiramente. Suspirei quando chegámos a um café e olhei-o nos olhos - Desculpa... teres visto aquilo.. eu não.. - baixei o olhar.

Abanei a cabeça quando ela pediu desculpa e sentei-me ao lado dela passando a mão pela cabeça.
-Está tudo bem, ainda bem que estava - disse afagando-lhe as costas. Olhei em volta e pedi duas tostas mistas já que não havia muito mais para comer aqui.

Suspirei e encostei a cabeça ao braço dele. Sentia a necessidade de lhe contar o que tinha acontecido.. - Ela.. levou-me de um parque quando eu tinha cinco anos. A Mariah não consegue ter filhos e bem.. nós somos parecidas.. - voltei a suspirar - Fiquei uma semana com ela e depois acabaram por me encontrar e levar para os meus pais..

-Não precisavas de me contar - disse colocando-lhe o cabelo apenas de um lado - mas se quiseres podes - fiz uma careta e encostei-me à cadeira. - Ela não é má pois não? - perguntei - é só carente.

Olhei para ele e encolhi os ombros - Assististe aquilo por isso devias de saber o que se tinha passado... - abanei a cabeça com a pergunta dele - Ela tratou-me muito bem naquela semana, como se fosse mesmo filha dela mas... foi assustador... eu só tinha cinco anos.

Mordi o lábio olhando-a.
-Se calhar... ela só precisa de um bocado de atenção da tua parte. Ela ficou a bater mal - apontei na minha cabeça encolhendo os ombros. - Não sei.

Suspirei - Ela tem ordem de afastamento do tribunal. Não é que não me importasse de lhe fazer companhia de vez em quando mas sou menor e a minha mãe passa-se completamente com esta história o que é normal.. - voltei a suspirar - Simplesmente não posso fazer nada..

Suspirei recebendo as duas tostas e dando-lhe uma.
-Sim, é normal - disse apesar de não saber o que é isso de ter uma mãe que se passa por completo quando alguém toca nos filhos. - quando tiveres dezoito, podes tentar, ela ia ficar mais feliz e assim não te assustavas. - encolhi os ombros

Peguei na tosta e dei uma trinca - Sim.. eu sinto-me mal pela Mariah ficar assim.. pelo menos passando um bocadinho de tempo com ela ajudo-a... - sorri ligeiramente - Podias ir para psicológo.

Sorri-lhe com o que disse dei uma trinca gigante na minha tosta comendo uma grande parte dela. Estava a morrer de fome. - Não - fiz uma careta - só tenho jeito porque já lá passei umas horas - encolhi os ombros pela 193498 vez - nada de mais.

Continuei a comer a tosta - Hm.. ia perguntar se querias falar mas já sei a resposta. - encolhi os ombros e sorri - Obrigada a sério. Por tudo. - inclinei-me para ele e beijei-lhe a bochecha.

Sorri quando me beijou a bochecha e abanei a cabeça.
-Não precisas de agradecer - olhei-a por alguns segundos - Eu não aguento muita pressão e não consigo esquecer nada, as professoras mandaram-me para o psicólogo da escola e o psicólogo da escola para um particular, só isso.

Olhei para ele pensativa - Quando dizes que não consegues esquecer, não consegues mesmo esquecer nada? Tipo... quando fores velho vais lembrar-te de mim mesmo que não queiras?

Assenti à sua pergunta com um semi sorriso.
-Vou conseguir lembrar-me de todos os pormenores desta conversa - disse - posso não me lembrar da conversa em si, mas vou conseguir lembrar-me da maneira como a luz incide no teu cabelo, ou coisa do género.

Sorri e baixei o olhar, voltando a levanta-lo de seguida - Isso foi super fofo e romÂntico. É bom saber que mesmo em velho vais ser romantico. - gozei. Suspirei pensando bem no que ele tinha dito - Isso deve ser horrivel.. .- disse mais baixo.

Revirei os olhos quando ela gozou comigo, mas logo se apercebeu da realidade.
-E é. - concordei com a cabeça e baixei o olhar para a tosta comendo mais um bocado. Havia tanto sangue naquele dia, tanto mas tanto. Abanei a cabeça para tentar desviar o pensamento e virei-me para uma empregada pedindo duas coca-colas.

- Vamos falar de outras coisas. - disse-lhe com um meio sorriso - Como por exemplo.. - agarrei-me à minha coca cola quando a empregada a trouxe - Conta-me coisas sobre ti. - disse desta vez com um sorriso gigante e pisquei-lhe os olhos várias vezes. - Até podemos fazer de outra maneira. Eu conto uma coisa sobre mim e tu tens de contar o equivalente sobre ti. - ri-me - Ruby Kristin Moore. 17 anos.

Agarrei na minha coca cola e coloquei para um copo olhando-a quando começou a pensar no que falar. Levantei uma sobrancelha e abanei a cabeça.
-Não há muito mais que possas saber sobre mim - disse-lhe. Pelo menos coisas boas.

- Porque não? - afastei ligeiramente a garrafa de coca-cola de mim - E não estás a entrar no jogo, fracote. Vá lá.. - suspirei e fiz uma carinha trista. you know what i mean

Revirei os olhos pousando o cotovelo na mesma e apoiando a mão na cara.
-Não faças essa cara - pedi .- Kevin Brief - fiz uma careta, mais um s e era cuecas - Grant. Dezoito anos

Sorri quando ele começou a falar e dei-lhe um beijinho na ponta do nariz. Tinha de me controlar porque só lhe andava aos beijos o.o. - Bife... és um bife fraquinho. - ri-me e belisquei-lhe o braço, sem o magoar. - Ok agora... A minha mãe chama-se Madeleine e o meu pai Dylan. Tenho uma irmã mais nova com sete anos que se chama Lilly.

-É Brief e eu já sei que sou fraquinho- resmunguei bebendo um bocado de coca-cola, acho que em vez de ir para os bares me podia viciar em coca-cola, pelo menos não morria de cirrose ou ficava marado mentalmente. Eu não me conseguia esquecer de nenhuma maneira por isso... não valia a pena tentar mais. - A minha mãe chama-se chama-se Ruth e o meu pai Phill. - revirei os olhos, eu podia dizer que era orfão. Mordi o lábio com o que ia dizer a seguir e apertei a minha garrafa - não tenho irmãos.

- Eu gosto mais de bife e ainda bem que sabes. - fiz uma pequena careta - Ser filho único é uma seca.. tenho dez anos de diferença da minha irmã mas não conseguia viver sem ela. - sorri - Pronto, agora a melhor parte de todas. Tive três namorados e só um é que foi mesmo a sério. Hm.. e ainda melhor, só fiz sexo com ele.

Encolhi os ombros quando ela disse que ser filho único era uma seca e quando falou em diferença de idades.
-É, eles são importantes - disse pedindo mais uma coca cola- Tive uma namorada só uma é que foi a sério e já fiz sexo com dezenas - eu já sabia que aquelas coisas todas iam acabar nisto.

- É sempre só um ou uma... - suspirei. Olhei para ele - Sim, tens ar de playboyzinho. E entras nas casas de banho mistas sem ser sem querer por isso.. - ri-me quando me lembrei daquilo.

Fiz uma careta com a imagem que tive.
-Porque é que tu dizes isso e eu penso em mim com um chapéu à cauboy (ahahhahaha) e vestido como um? - perguntei fazendo uma careta - enquanto tento engatar uma gaja. Que nojo.

Dei uma gargalhada enorme e já sentia as lágrimas de tanto rir. - Eu falei em playboy não em CAUBOY. - voltei a rir e olhei para ele de forma sexy - Ficavas bem sexy. Com as botas e o chapeu OMG e a pistola! Não te queres mascarar para mim? Não tens de me engatar é mesmo só para eu te ver assim vestido. - voltei a desatar às gargalhadas.

Ri-me com ela e com o que dizia.
-Um dia faço-te uma surpresa dessas - disse bebendo a minha coca-cola - não preciso de te engatar porque ficas logo engatada - ri-me.

Encostei-me à cadeira a rir bastante - Ai obrigada, aguardo ansiosamente por esse momento. - olhei para ele juntando as sobrancelhas - Fico logo toda engatada?

-Yes, ficas totalmente caídinha por mim quando me vires vestido dessa maneira- olhei-a rindo-me e encostei-me à cadeira enquanto a olhava - queres saber mais alguma coisa? - perguntei.