Bar

Dei uma gargalhada - O meu quarto muito rapidamente e o bar. - mordi o lábio. Estava a pensar ir para o jardim ver se a minha inspiração para o desenho voltava... - Que coisas é que gostas de fazer?

Brinquei com o guardanapo.
- Cantar, dançar, ouvir música... coisas assim. - sorri. - E tu?

- Artista. - disse-lhe com um sorriso - Principalmente, desenhar e fazer patinagem. Mas sou uma rapariga e adoro ir às compras e sair com as amigas.

Sorri.
- Tens algum desenho para eu ver? Adoro ver os desenhos das outras pessoas. - admiti.

Fiz uma pequena careta e suspirei - Não gosto muito de mostrar os meus desenhos... sabes, é aquela coisa de que os artistas nunca acham que o desenho está perfeito... mas eu abro uma exceção. - abri a minha mala e tirei o caderno de capa preta. Abri num desenho que tinha feito da minha irmã antes de vir, quando a inspiração se tinha evaporado.

Sorri.
- Awww... Sinto-me lisonjeada. - sorri.
Olhei o desenho.
- Está perfeito, acredita.

Olhei para a minha Lilly a preto e branco e encolhi os ombros. - Faltam alguns retoques... - ri-me - Não me ligues. Para mim nunca está perfeito. Também pode ser por isso que agora estou sem inspiração, não consigo desenhar nada...

Sorri.
- Mas está lindo. Não faria nem metade.

Ri-me - Obrigada. - ouvi o meu telemóvel a tocar e vi que era o número dos meus pais. - Allison, foi um prazer conhecer-te mas tenho mesmo de ir... - peguei no meu caderno e guardei-o pegando na minha mala de seguida - Desculpa, até à próxima. - atendi o telemóvel enquanto caminhava em passo rápido até ao quarto.

Sorri.
- Igualmente.
Acabei de beber o ice tea e levantei-me, dirigindo-me para o quarto.

-Ah ah ah, engraçadinha - disse-lhe. Uma coisa ela tinha de engraçado, punha-me a falar muito, eu não costumava falar muito, ficava-me por duas ou três palavras, mas quando engatava uma miúda, claro que não era assim. Levei-a ao bar e chegando lá pedi uma torrada e um leite olhando para ela vendo o que queria.

Ri-me levemente e segui a seu lado para o bar. Eu gostava dele, não oh deficiente, não esse tipo de gostar. Era como se eu engraçasse com ele e gostasse de conversar com ele, apesar de ele não ser muito de falar, eu já tinha reparado.- eu quero um cachorro quente com muita ketchup e um ice tea.- pedi com um sorriso de criança.- quero batatas de palha ouviu avozinha? - olhei a senhora idosa que nos estava a atender que apenas me lanço um olhar fuzilante.

Levantei uma sobrancelha quando ela tratou a mulher de avozinha e olhei-a rindo-me e abanando a cabeça. Agarrei-lhe na mão levando-a para uma mesa e encostei-me a um banco.
-És sempre assim mazinha? - perguntei

A mulher pareceu não gostar muito de mim, mas o que é que ela queria? Irmã não era de certeza. Olhei Kevin quando me agarrou na mão e ri-me com a sua pergunta.- eu não sou mazinha.- encolhi os ombros.- vais dizer o quê? Que ela é nova? - fiz uma careta e roubei-lhe um beijo.

-Se eu fosse simpático dizia: quero por favor um chocolate minha senhora - ri-me encolhendo os ombros - tens razão, mas agora nem com olhinhos lhe arrancas um desconto - encostei a minha cabeça à cadeira e olhei par ao tecto.

- Eu não preciso de lhe fazer olhinhos.- resmunguei.- eu não faço coisas dessas.- soltei um suspiro, enquanto me sentava na cadeira.- e se ela não me quiser dar desconto eu digo-lhe: agora por causa dessa a avozinha já não vai para um lar, vai morrer sozinha.- ri-me e olhei-o, a olhar o tecto.- no que pensas?

Ri-me com o que ela disse a abanei a cabeça.
-Aposto que todos a quem ela dá descontos fazem uma competição para saber quem a leva para o lar - sorri com o pensamento. Abanei a cabeça a olhar para a luz. - Nada, gosto de paz de espírito.

A avozinha veio trazer os nossos pedidos, olhando-me rabugenta. Sorri-lhe abertamente e quando ela foi embora eu ri-me.
- Olha, eu não vou ser de certeza.- encolhi os ombros. Assenti ao que ele disse e suspirei.- como eu te compreendo.

Olhei para ela quando suspirou.
-Deves compreender - disse endireitando-me na cadeira e pegando numa torrada levando-a à boca. - Então, tens batatas de palha?

Assenti e peguei no meu cachorro, dando-lhe uma trinca grande.
- Tenho pois.- disse com a boca cheia.- achas que a avozinha me ia por à prova? - ri-me levemente, lambendo um bocadinho de ketchup que tinha perto do queixo.

-Acho que se te pusesse morria com um ataque de coração por causa da tua fúria - ri-me brincando com a minha colher que estava no copo do leite. c***alho, de certeza que não estava nos meus dias hoje. Olhei para ela rindo-me e tirei-lhe ketchup que ela tinha pela cara lambendo-o.

- É que nem mais.- ri-me e observei-o a mexer a colher. Ele estava ligeiramente deprimido, ou talvez muito até. Eu juro que tenho medo de mim quando faço este tipo de análises às pessoas, é que tenho mesmo. Deixei-o tirar-me a ketchup e levantei-me, fazendo-lhe sinal para me dar espaço para me sentar no seu colo. Quando o fez, olhei-o com atenção.- acho que estás a precisar disto.- murmurei encolhendo os ombros e abracei-o fortemente.

Levantei o olhar para ela quando se levantou e afastei a minha cadeira da mesa deixando que ela se sentasse no meu colo. Fiz uma cara confusa com o que ela disse e mudei para surpreendida quando me abraçou. Só havia uma pessoa que fazia isto e ela ia embora. Abracei-a quando também o fez e encostei a minha bochecha ao seu ombro - porque é que dizes isso? - perguntei.

Ele estava mal com alguma coisa, e havia também alguma coisa que o ''assombrava'' desde sempre, eu sabia porque passava pelo mesmo. Mantive-me abraçada a ele e dei-lhe um pequeno beijinho no pescoço.- porque sei o que é estar como tu.- disse baixinho.- e sei que um abraço ajuda.- confidenciei.- e não me perguntes como, mas apenas sei.

Aproveitei o abraço ao máximo encostando a minha testa ao seu ombro e suspirando.
-Mas eu estou bem, obrigado - disse mais baixo mas num tom em que ela pudesse ouvir. Para ela falar assim só podia ter acontecido alguma coisa, mas mantive-me calado.

Levei uma mão ao seu cabelo e mexi nele levemente.
- Não precisas de me mentir.- resmunguei.- comigo não é preciso fingires.- murmurei, mordendo-lhe o ombro.- não gosto que finjam estar uma coisa que não estão.

Levantei as duas sobrancelhas, apesar de ela não ver, estava surpreendido com ela. Eu não tinha demonstrado assim tanto, ou tinha? Mordi o lábio com um suspiro e abanei a cabeça.
-Está bem - murmurei apertando-a com força contra mim.

Encostei a minha testa à linha do seu maxilar e abracei-o com força.
- Pronto, já chega de estar simpática, vou voltar à Sam que goza com as velhotas.- suspirei e endireitei-me, esticando-me para trazer o cachorro para o seu lado da mesa. Ajeitei-me no seu colo e peguei no cachorro, continuando a comê-lo, entretida.

Fechei os olhos durante alguns segundos aproveitando o seu abraço e suspirei quando ela se afastou sorrindo levemente e pegando na minha caneca de leite.
-Quando acabares de comer preferes fugir de mim? - perguntei rindo-me.

Terminei de comer o meu cachorro e limpei a boca, acabando depois com o meu sumo.
- Já me estás a despachar não é? - resmunguei.- se quiseres que eu me vá embora diz, porque eu não vou fugir de ti.- encolhi os ombros.