Quarto da Ruby Moore

Relembrando a primeira mensagem :


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Mordi o lábio quando me lembrei do pai dela e comecei a pensar em coisas que não devia. -Mesmo assim, importaste-te de perguntar pelo menos ao teu pai? '- perguntei - Por favor, não me vou sentir bem se não ouvir o sim dele - agarrei-a pela cintura encostando a minha cabeça à dela. Eu gostava do pai dela, mas também não queria abusar, já tinha invadido a casa de férias, não ia invadir a casa de Londres também.

Ri-me abanando a cabeça - não, mas a maneira como o fizeste foi bastante comprometedora deixa-me que te diga - olhei-a com um sorriso maroto e levei a sua mão aos meus lábios, beijando a mesma. Olhei para trás vendo uma rapariga fazê-lo e acabei por fazer uma careta, antes dela eu reparava em todas, mas agora era como se fossem invisíveis, é claro que não era cego, também não se podia chegar a tanto - eu estou contigo não é? - passei as pontas dos dedos pela sua bochecha.

Revirei os olhos enquanto sorria e mostrei-lhe um pirete - Cala-te, Kevin. - mordi o interior da bochecha quando ele me beijou a mão e sorri, chegando-me mais para ele. Voltei a olhar para trás para a rapariga que o estava a comer com os olhos e encolhi os ombros - Agora estás mas sei lá quantas é que foram antes. - senti um arrepio só de pensar naquilo. Nunca me tinha sentindo assim, mas por causa dele, sentia mesmo ciúmes. Acho que a única que se safava era a Cynthia e não era por ter morrido, era mesmo porque a história de amor deles.. às vezes ainda considerava que me tinha metido no meio apesar de tudo - Sabes lá quantos filhos é que tens espalhados pelo mundo.

Levantei uma sobrancelha quando ela falou em antes, antes depois de Cyn, mas antes antes dela. - Até parece - fiquei a pensar durante um bocado e mordi o lábio. Eu tinha que admitir, eu não parava, para além da bebida, das drogas, eu tinha que dormir todos os dois com uma gaja, quando não eram duas, ou mais. Eu tinha-me mesmo afastado do caminho certo, mas não podia negar, tinha tido bons momentos em que me tinha esquecido de algumas coisas. O pior é que depois voltava em força. Tinham sido seis meses dolorosos. Agora estava com ela e ainda eram dolorosos mas ao contrário de antes, eu não me lembrava deles com tanta regularidade, apesar de ainda ser muitas vezes. Arregalei os olhos com o que ela disse - eu não tenho filhos espalhados por lados nenhuns.

Encolhi os ombros e suspirei continuando a andar até chegarmos à pizzaria - Não parece, é verdade. - abri a porta para entrarmos e fui sentar-me numa das mesas vazias. O Kevin que eu tinha conhecido era um completo idiota que além de só me falar mal para me tentar afastar de o tentar ajudar ou o que quer que fosse, só queria uma relação com raparigas para uma coisa: sexo. Sabia lá quantas tinham sido antes de me conhecer e se calhar até depois, quando ainda não tinhamos nada. Se calhar até raparigas do camp, raparigas que eu até podia conhecer. Agarrei na ementa e olhei para a mesma enquanto tentava decidir o que queria - Que tu saibas.

Olhei para a pizzaria onde ela me tinha levado e sorri ligeiramente. Olhando em volta para mais uma vez absorver todos os pormenores. Quando voltei a parar com os olhos em cima de Ruby percebi que ela ainda pensava naquilo e acabei por suspirar, sentando-me à sua frente enquanto olhava para a ementa - eu não tenho, já passou algum tempo e quem quer que estivesse grávida já tinha vindo à minha procura - encolhi os ombros. Eu dava o meu número a toda a gente, elas deviam tê-lo. Agarrei-lhe na mão quando consegui e puxei-a ligeiramente passando os dedos pela mesma - e tu sabes que eu só quero filhos teus.

Assenti com a cabeça e pousei a lista na mesa, levatando o meu olhar para o Kev - Eu sei mas isso não quer dizer nada. - suspirei e ajeitei o meu cabelo, deixando-me estar sossegadinha no meu lugar. Lembrar-me daquilo era tão horrivel como pensar que daqui a pouco tempo iamos voltar a ficar afastados um do outro por mais não sei quantos meses - Escolhe tu, eu gosto de tudo.

Suspirei encostando-me de novo na cadeira, isto não estava a correr bem e eu não sabia o que dizer mais para a tentar animar, ou tentar com que ela parasse de pensar naquelas coisas, nem eu queria. Se bem que, se tivesse algum filho por aí eu ia querer saber e claro que ia ajudar a sustenta-lo, afinal ele era sangue do meu sangue, mas duvidava que existisse, eu era uma pessoa muito bem prevenida apesar da minha inconsciência. Se calhar também devia fazer o teste de HIV, pensei para mim, olhei-a abanando a cabeça - quero a de extra queijo.

Deixei-me estar a olhar para a lista apesar de não estar a tomar atenção nenhuma aos nomes das pizzas ou aos ingredientes. Além de já os saber de cor, não conseguia concentrar-me naquilo agora. Levantei o olhar para o Kev assim que o ouvi falar e assenti com a cabeça, fechando e pousando na mesa a lista - Está bem, pode ser. - ajeitei o meu cabelo e coloquei-o todo para cima de um dos meus ombros enquanto olhava para a mesa. Pensar naquilo deixava-me com a cabeça a andar às voltas. Eu sabia que tinha sido passado mas mesmo assim, não conseguia ficar bem a pensar no Kev com uma data de raparigas, raparigas que eu até podia conhecer, raparigas que estavam lá, em LA, para onde ele ia voltar dentro de pouco tempo e eu aqui em Londres.

Fiquei a olha-la durante uns segundos, acabando por suspirar. Não queria estar ali assim, eu não tinha ido para Londres ter com ela e ter um jantar só a dois assim. Tudo por causa de duas raparigas, que eu nem tinha reparado nelas. Eu tinha tido culpa de tudo o que tinha feito até há alguns meses, mas ao mesmo tempo tinha sido a minha forma de ultrapassar os problemas, ainda que mal. Pelo menos isso tinha-me levado a conhece-la. Levantei ligeiramente a sobrancelha quando me lembrei de Sam, pois, ela estava assim sem saber de nada, nem queria imaginar quando soubesse. - Pára - murmurei debruçando-me ligeiramente sobre a mesa para que ela me desse atenção e parasse de pensar - eu não vou estar aqui a comer pizza contigo assim Ruby, Eu amo-te. eu estou aqui por tua causa. Eu não estou numa cova por tua casa. És só tu, percebe isso. Eu posso ter um currículo do tamanho do mundo, mas só quero estar contigo. - disse aquilo tudo baixinho para não incomodar as outras pessoas.

Engoli em seco à medida que os pensamentos me continuavam a passar pela cabeça e só levantei o olhar quando vi o Kev todo empuleirado em cima da mesa. Assenti com a cabeça e tive de piscar os olhos várias vezes assim que os senti a picar e as lágrimas prestes a escorrer pelas minhas bochechas. Mordi o lábio inferior com força para que não tremesse e estiquei-me até estar mais próxima dele - Eu também só quero estar contigo e só te amo a ti. - murmurei muito baixinho - Desculpa. - pedi desviando o olhar para a mesa enquanto brincava com os meus dedos no colo - Deviamos estar a namorar e a ter um jantar romântico, desculpa. - repeti com um suspiro - Eu vou parar agora.

Voltei a sentar-me enquanto a olhava e suspirei baixinho, também não precisava de a meter a chorar. Olhei para a cadeira ao lado dela e fui para lá, sentando-me mesmo ao seu lado, ficando a olhada durante uns segundos, encostando a minha cabeça à dela. - Eu vou arranjar uma solução - murmurei - se te sente insegura eu vou arranjar uma solução e.. eu venho para cá,não quero saber, eu venho para cá, acabo o meu curso aqui e pronto. Devia ter feito isso logo de início. - toquei-lhe na bochecha beijando-lhe os lábios ao de leve. - Não chores hoje está bem? - perguntei baixinho.

Cheguei-me mais para o Kev assim que se veio sentar ao meu lado e abanei a cabeça quando começou a dizer todas aquelas coisas de vir para Londres - Não. - murmurei ainda a abanar a cabeça - Kev, não. Haviam muitos motivos para tu ficares em LA e eu vir para cá. Tens lá o Jack e vocês têm de se resolver e é onde te sentes próximo do teu irmão e do teu passado. - agarrei na mão dele e entrelacei os nossos dedos - Eu não vou chorar hoje mas não digas essas coisas. Vais voltar. Por muito que eu queria que tu fiques, não quero ser egoista e tirar-te todas essas coisas. Não era capaz de me perdoar. - levantei o olhar para ele e esforcei-me por sorrir - Está tudo bem, vamos comer e namorar.

Suspirei mal ouvi o seu não, já sabia que ela não me ia deixar e até percebia, mas já estava farto disto, queria ficar com ela e bem lá no fundo nós podíamos, eu é que estava com as minhas mariquices. Só a tinha a ela e mesmo assim ainda continuava longe dela. Sim, eu tinha o meu irmão, mas era completamente diferente visto que ele nem sequer me queria ver à frente. Depois havia o meu irmão morto, mas... ele estava morto, só de pensar nisso dava-me vontade de me enterrar vivo para não começar a chorar baba e ranho, mas era verdade. Não havia lá nada. - Eu vou pensar nisso - avisei-a e fui de novo para o meu sítio, não lhe largando a mão. - Estou a ficar com fome.

Suspirei quando ele disse que ia pensar e entrelacei melhor os nossos dedos assim que ele se foi sentar de novo no lugar à minha frente - Kev, não sejas teimoso. Nós discutimos tudo isto da primeira vez, não mudou nada. - olhei para a minha barriga que roncou no preciso momento em que o Kev disse que tinha fome e assenti com a cabeça - Eu também, estou esfomeada. - fiz festinhas com o meu dedo na mão dele e olhei para os nossos dedos - E não te quero largar. Acho que temos de comer à vez porque eu não quero deixar-te depois desta conversa. Já não queria antes mas agora muito menos.

Olhei para o meu copo começando a roda-lo, eu ia acabar por ficar mais maluco do que já era. Tinha que fazer as pazes com o meu irmão e pronto. - Ela já deve estar a vir - olhei por cima do ombro dela e consegui ver o senhor com a pizza na mão a vir na nossa direcção. Ri-me olhando para a nossa mão e abanei a cabeça - eu dou-te na boca - disse esticando-me até lhe beijar a mão.

Virei a cabeça para trás quando vi o Kev a olhar nesse direção e sorri assim que vi o homem com a nossa pizza a vir na nossa direção. Estava cheia de fome, parecia a minha irmã. Voltei a olhar para as nossas mãos e ri-me com o que ele disse, assentindo com a cabeça enquanto lhe fazia festinhas na mão dele - És a melhor coisa que me aconteceu. - disse quando ele me beijou a mão - Por isso é que não vais pensar mais nada sobre a nossa conversa anterior. - levantei o olhar para o Kev e tive de lhe largar a mão assim que o homem chegou com a nossa pizza.

Levantei o olhar na sua direcção quando disse que tinha sido a melhor coisa que lhe tinha acontecido, eu podia dizer o mesmo, como já tinha dito um monte de vezes, eu só estava vivo por causa dela. Ela sabia disso. - Eu não vou pensar na nossa conversa anterior se tu também não pensares na nossa conversa anterior - disse apertando-lhe ligeiramente a mão antes de ela a largar, fazendo-me endireitar quando o empregado colocou a pizza no centro da mesa, fazendo-me lamber os lábios.

- Não vamos falar mais disso. - disse enquanto abanava a cabeça e afastei-me para o empregado ter espaço para pousar a nossa pizza no centro da mesa. Ri-me assim que vi o Kev a lamber os lábios e agarrei logo numa fatia - Come, seu comilão. - dei uma trinca na minha fatia e suspirei baixinho de olhos fechados - Meu deus que fome. Vais apaixonar-te por esta pizzaria. Tem as melhores pizzas de Londres. - estiquei-me até dar um beijo todo lambuzado ao Kev e voltei a sentar-me direitinha na minha cadeira.

Abanei a cabeça, não ia mesmo falar mais nisso, estava ali para a animar, para passar tempo com ela e matar saudades, estava quase a ir embora de novo, não ia desperdiçar o meu tempo a pensar naquilo, quando fosse, pensava. Agarrei numa fatia de pizza quando me disse para comer e semicerrei os olhos - olha quem fala, comilona - ri-me e mordi o lábio para parar, abanando a cabeça - aposto que as de LA são melhores - disse para a provocar.

- Tenho fome. - queixei-me e deitei-lhe a lingua de fora, dando outra dentada na minha fatia de pizza. Semicerrei os olhos assim que o Kev disse que as de LA eram melhores e abanei a cabeça - Estas pizzas são as melhores de Londres inteiro e batem as de LA. Tens de admitir que apesar do tempo ser uma seca, as nossas pizzas são muito melhores. - disse com um sorriso todo superior. Bebi um bocadinho de coca-cola e estendi o copo para o Kev - E não me desmintas porque eu vou fazer-te gostar de Londres. - mordi o lábio e sorri - Quando casarmos e tivermos bebés, temos de vir cá várias vezes visitar os meus pais por isso vais amar cá estar.

Ri-me quando se queixou de que tinha fome e continuei a comer a minha fatia, esticando-me para tirar mais uma. Ainda bem que elas eram grandes porque tanto eu como ela estávamos com fome. Fiz uma careta quando continuou a dizer que as pizzas deles eram muito melhores e abanei a cabeça - Olha que não sei - agarrei no copo e bebi um bocadinho. Mordi o lábio quando falou no nosso casamento e em bebés e não consegui não sorrir - Ou então nem precisamos de cá vir porque já cá estamos - levantei uma sobrancelha para ver se aquilo fazia sentido.

Estiquei-me para pegar noutra fatia de pizza e fechei os olhos enquanto dava uma trinca e suspirava baixinho - Já não comia pizza à tanto tempo. - murmurei depois de mastigar tudo para não falar de boca cheia. Olhei para o Kev quando completou o que eu tinha dito e abanei a cabeça - Não, temos de ir para LA. - sorri-lhe levemente - Depois podemos vir cá visitar a minha familia várias vezes.

Ri-me enquanto olhava para a sua cara enquanto ela comia e comi a minha última fatia, apesar da fome me ter atingido bastante, estava a ficar com a barriga cheia e não queria abusar e estragar o que tinha feito durante o tempo que estive longe dela. Bebi o resto da minha coca cola e endireitei-me. - Está bem, vai ser como tu quiseres - disse, a verdade é que não me queria chatear, eu era bastante teimosa e ela também e não queria discutir mais com ela este assunto por hoje.

Assim que acabei de comer a pizza, tirei um papel e limpei a boca. Estiquei-me para a coca cola e dei um pequeno gole na mesma, encostando-me na cadeira a olhar para o Kev de seguida - Ainda tens esses abdominais sexys e definidos não tens? - perguntei a morder o lábio inferior - Se vamos namorar, eu quero ter alguma coisa para agarrar que não seja uma barriga de cerveja.

Semicerrei os olhos com o que ela começou a dizer e assenti com a cabeça tocando com as pontas dos dedos pelos meus abdominais, no fundo para ver se eles ainda estavam ali, mas sim, ainda estava como tinha chegado, também, só estava a exagerar mais hoje. - Estou muito bem ainda, menina Rubianne - fiz um sorriso malandro e inclinei-me na direcção da sua mesa - queres tocar agora para ver se não te arrependes?

Deitei-lhe a lingua de fora quando me chamou Rubianne e só não lhe fiz um pirete por estarmos num local público. Mordi o lábio inferior com o que ele disse e apoiei os cotovelos na mesa, esticando uma das mãos até lhe conseguir tocar nos abdominais apesar de ser por cima da camisola - Não consigo perceber bem se estão no sitio, já faço isso melhor lá fora. - disse com um sorrisinho enquanto me metia direita na cadeira assim que vi o empregado a vir até nós.

Ri-me, agora tinha outra coisa para a provocar, o seu nome. Ela ia sofrer um bocadinho comigo e eu com ela, que eu sabia que as coisas não ficavam por aqui. Mexi as sobrancelhas com um sorriso e beijei-lhe a mão muito rapidamente quando ela a estava a afastar - sim, eu já te mostro - prometi olhando para o empregado que tinha vindo até nós.
-Desejam mais alguma coisa?

Virei a cara para o empregado com um ar de menina bem comportada e abanei a cabeça - Eu não quero mais nada, obrigada. - já estava cheia, nem tinha espaço para a sobremesa ou ainda abarrotava. Virei a cara para o Kev e mordi o interior da bochecha. Ele agora só me ia provocar por causa do meu nome e eu tinha de arranjar maneira de o fazer sofrer também, isto não podia ficar assim - Queres ir embora para comer sobremesa? - perguntei com cara de safada mas abanei a cabeça por causa do homem - Queres ir embora ou comer sobremesa?

Fiquei à espera que Ruby dissesse o que queria, mas como ela não queria nada eu também não, estava a abarrotar e não ia comer sozinho, tinha que manter a gula de parte. Abanei a cabeça ao empregado e estava prestes a dizer que não queria nada quando ouvi Ruby falar fazendo-me rir. - Quero ir pagar para ir embora -corrigi tirando a carteira do meu bolso - traga a conta - o homem assentiu com um sorriso e começou a afastar-se para ir buscar a conta. -Não és nada safada não - ri-me.

Coloquei os cotovelos na mesa e pousei o queixo nas minhas mãos enquanto olhava para ele. Mordi o lábio inferior e sorri enquanto abanava a cabeça - Eu não sou nada safada, Kev. - cruzei as pernas e deixei-me estar sossegadinha enquanto o homem ia tratar da conta para nos dar e para nós podermos ir embora - E se sou, mas não estou a dizer que seja, mas hipoteticamente falando, se eu sou safada, a culpa é toda tua.