Centro de Saúde

Chegámos a uma rua em frente ao Centro de Saúde e aí mostrei-lhe a parte de trás do centro com uma enorme varanda que por acaso dava para a parede que estava a grafittar. - É por eles que grafitto - engoli em seco. Não queria que ninguém o soubesse mas também não gosto que me persigam daquela maneira.

Arregalei os olhos e engoli em seco quando ele me mostrou aquilo que estava a fazer. - Hm... - voltei a engolir em seco sem saber o que dizer. - Desculpa. - acabei por murmurar depois de ficar algum tempo em silêncio.

- Pois - proferi. - Agora se faz favor deixa-me em paz - pedi calmamente. Não sei onde fui buscar a calma mas pronto. Olhei para a varanda e vi que alguns dos miudos que padeciam cancro se encontravam nesta.

Suspirei e assenti seguindo o seu olhar e vendo aquelas crianças, não sei porquê mas lembrei-me logo da minha irmã... - Acho que vou mesmo embora... - disse engolindo em seco.

Vi-a afastar-se de mim. - Adeus - gritei-lhe acenando às crianças com um sorriso. Depois de nunca mais a ver fiquei algo arrependido por ter gritado com ela, mas não podia mostrar parte fraca.

Sai dali sem nunca olhar para trás nem para ele. Suspirei e fui novamente para o camp.

Revirei os olhos com aquela conversa fiada, revirando ainda mais quando ela me beijou. Sai do carro mal ela parou no estacionamento do centro de saude e dei a volta ao carro - dá-me as minhas chaves, tens aqui dinheiro para o táxi - estiquei o mesmo maço de notas da noite anterior - agora eu vou para o camp, não preciso cá de centro de saúdes ou hospitais para por um bocado de água oxigenada e um penso

Revirei os olhos e coloquei-lhe as chaves na mão, ignorando o dinheiro.
- Muito bem, Blake. Vai-te lixar... - revirei os olhos e tirei o casaco que ainda tinha vestido. - Quando decidires armar-te em pessoa decente, sabes onde fica o meu quarto.
Atirei-lhe o casaco e virei costas.

- Anda cá que eu não posso correr - revirei os olhos apanhando-a pelo braço - Achas que já não passei por coisas piores do que duas dentadas da m**** de um cão? - perguntei, olhando-a nos olhos. Estranhamente os seus olhos até eram bonitos - uma vez partiram-me uma costela com um cano de ferro, já me racharam a cabeça com um taco de baseball, já me partiram a perna de tal maneira que o osso ficou exposto - disse muito serio - achas que estou preocupado com a m**** de duas dentadas?

Encostei-me ao carro e ouvi-o, estremecendo.
- Hmm... - murmurei. - De fibra, estou a ver.
Olhei o local onde ele foi mordido.
- Mas a força foi-se. Ups! - encolhi os ombros.

Segurei o seu queixo com uma mão, aproximando-a de mim - paras de ser estúpida? porque começo a arrepender-me de te ter salvo do grupo de gajos. provavelmente violariam-te todos um a um e no fim se apanhasses um psicopata ele ainda era capaz de te torturar e te matar - o meu tom de voz era doentio, algo macabro mas ela precisava de um bom susto - ou então tinha deixado o cão atirar-se ao teu pescoço e morder essa veia - passei o dedo pelo seu pescoço - até te esvaires em sangue e ele te comer até estar cheio, por isso agradece-me por te ter defendido e não te armes em miúda estúpida

Encolhi-me pelo tom de voz dele e engoli em seco.
- Obrigada. - murmurei e afastei-me.

Voltei a puxa-la, obrigando os nossos narizes a tocarem-se - se vais agradecer porque eu o disse, escusas de falar miúda - pus-lhe o maço de notas no bolso - olha que desta vez não tens aqui o herói para te salvar caso te aconteça alguma coisa - olhei-a e acabei por beija-la à bruta

Revirei os olhos e retribui o beijo.
- Tira-me o dinheiro do bolso. Não preciso dele para nada.
Encolhi os ombros.
- Como queiras. Não retiro o obrigada nem o reponho.

- Entra no carro - mandei - se não vais aceitar o dinheiro, vais entrar já neste carro - disse, levando-a até à porta do pendura e enfiando-a la dentro. Dei a volta ao carro e entrei no lado do condutor, saindo dali. - qual é o caminho para o camp?

Revirei os olhos e afundei-me no banco, cruzando os braços.
- Não te vou deixar conduzir com a perna assim..

- olha já o estou a fazer - encolhi os ombros, travando bruscamente - agora diz-me o caminho para o camp - olhei-a - se não dizes, eu acho maneira de la chegar - disse despreocupado, voltando a estrada e procurando uma placa que me dissesse algo de util

Suspirei e indiquei-lhe o caminho.
- Devo ter cara de GPS... - resmunguei.

- Sim, é isso mesmo - revirei os olhos - ainda nao te apercebeste que não conheço isto? - perguntei, seguindo os caminhos que ela dizia, chegando ao camp - pronto, acho que aqui já não te violam - ironizei e estacionei o carro

Olhei-o.
- Sim, já percebi.
Abri a porta do carro.
- A menos que sejas tu a fazê-lo. - ironizei, saindo.

Sentia frio e uma impressão na testa. - Eu não sei o que dizer.. - fiz uma careta e fechei os olhos - Estás a mentir eu conheço-te.. - disse diminuindo o tom de voz.

-Não. não. não. Ruby - bati no volante e estacionei. Saí do carro abanando a cabeça como se lhe tivesse a responder e agarrei nela com cuidado. - Diz-me como te sentes. Fala comigo - pedi quase a desesperar e comecei a correr até à entrada visto que tinha estacionado logo à entrada para não perder tempo.

Encostei o nariz à camisola dele quando me pegou e sorri - Cheiras bem. - virei a cara e tossi mais sangue. Estiquei a mão para a cara dele e toquei-lhe no maxilar - Gosto muito de - deixei cair a mão e fechei os olhos, perdendo os sentidos de novo.

-Não - voltei a gritar - não morras Ruby, nem penses em morrer - pedi mordendo-me todo por dentro. Pára de agir com uma gaja e correr. Quando cheguei à entrada olhei para as pessoas que imediatamente nos olharam. Todos olharam, parecia que tínhamos saído de um filme. - Ela teve um acidente - murmurei também meio em choque com as imagens a fluírem na minha cabeça sentindo-os a tirarem-na do meu colo apesar de eu ter ficado na mesma posição como se ainda estivesse nos meus braços.

Ruby off
Os médicos pousaram-na e viram a hemorragia da cabeça - Não pára de sangrar. - tentaram com tudo o que tinham, parar a hemorragia mas isso demorou bastante tempo - Ela perdeu muito sangue. Vamos cozer e tem de se dar sangue a seguir.
Enquanto os médicos que faziam isso, uma enfermeira saiu para falar com o rapaz que a tinha trazido - A familia já sabe o que se passou? Como é que isto aconteceu? - ela olhou-o preocupada - Estás magoado?

Sentei-me olhando para as minhas mãos à espera que me dissessem alguma coisa.
Abanei a cabeça às perguntas todas que uma médica ou enfermeira em fez.
-hm.. ela teve um acidente. Com outra pessoa - repeti o que já tinha dito.

- Vou ligar à familia, uma enfermeira já te vai dizer para entrares quando acabarem o que estão a fazer. - afastou-se até ao telefone para ligar para o número da mãe marcado no telemovel da rapariga.
Os médicos sairam do quarto depois de ela estar cozida e ter uma intra venosa para receber sangue e disseram-lhe que podia entrar mas que ela estava inscosciente.

Levantei-me engolindo em seco e antes de entrar vi-a já limpa e ligada às máquinas. Sinceramente, quem me dera ter chegado a ver Cynthia assim, mas ela e o meu irmão morreram logo no local por isso não havia nada a fazer. Engoli em seco aproximando-me e sentei-me segurando na mão dela.

Lilly on
A mãe veio chamar-te toda preocupada e entrámos os três no carro, mas eles não me diziam o que se passava, Dei a mão à mãe quando chegámos ao centro de saúde e eles foram falar com umas senhoras. Vi o Kev de uma porta entreaberta e entrei. A Ruby estava deitada na cama a dormir. Corri até ao Kev e abracei-o com força - Eu sabia que ele vinha atrás dela.. - disse a chorar.