Quarto de Madeleine James

-Ainda tenho um filme para ver - olhei para ela a ajeitar-se e dei-lhe um beijo na cabeça colocando o volume mais alto e encostando o queixo a ela. - Está bem - disse quando negou a minha pergunta e cobria bem com os cobertores.

Eram quase 15 horas da tarde, estava sentada em frente a Tv sem fazer rigorosamente nada. Suspirei e deitei-me na cama de barriga para cima e fechei os olhos por momentos sendo acordada pelo vibrar do telemóvel.
Despi-me completamente e vesti um biquíni curto e ligeiramente apertado que fazia sobressair as minhas curvas todas vesti uns calções e uma camisola larga que me deixava com o ombro a mostra e o umbigo também, voltei a deitar-me na cama.

Entrei no quarto dela ainda meio ensonado e como sempre sem bater à porta para ver, como sempre a esperar por mim. Saltei para cima da cama e ri-me beijando-lhe a testa e agarrando-me a uma almofada dela.
-O que é que queres? - perguntei fechando os olhos.

Retribui o beijo e em seguida olhei para ele como se a minha resposta fosse obvia. - Companhia Kev, quero companhia. - suspirei e abracei-o com força. - Estou desejosa que o verão acabe para ir para casa. - murmurei meio mal por estar cá, sentia-me ridícula do meio de tanta gente fútil e desagradável.

-Não gostas de estar aqui? - perguntei passando-lhe as mãos pelas costas e abraçando-a com a mesma força que ela me abraçava. - Eu não, o verão não pode acabar - suspirei passando a mão pelo cabelo dela.

-Eu odeio estar aqui, odeio estas futeizinhas de meia tigela. - suspirei e depois beijei a sua testa. - Este verão tem de acabar, eu juro-te que é desta que fujo. - murmurei contra o seu pescoço e depois deixei que ele me mexesse no cabelo, adorava que me fizessem isso.

-Não digas disparates, não foges nada - disse com uma espécie de medo de ficar sem ninguém. - Há uma coisa simples no ser humano chamado ignorância e é a melhor coisa que podes fazer para essa gente. - suspirei beijando-lhe o ombro.

-Eu só te tenho a ti e tu estás a comer gajas a maior parte do tempo fico sozinho, fico sozinha aturo as outras e fico frustada -abracei-o com força e depois olhei-o nos olhos.

Dei-lhe um beijo rápido nos lábios e outro na testa.
-Mas tu és a única pessoa com quem eu falo. E quando é que tu arranjas uma vida amorosa? - perguntei olhando-a. - hm?

Suspirei. - Por este andar nunca, e tu? - olhei para ele e soltei uma pequena gargalhada. Sentei-me no colo dele virando o meu tronco contra o dele e depois dei-lhe um beijo na bochecha. Deitei a minha cabeça no seu ombro e afastei-me passado um bocadinho olhando-o nos olhos.

-Então mexe-te nisso - abanei-a um bocadinho e ri-me - Eu? Achas que eu tenho disposição para isso? - perguntei ficando logo mais rabugento. - A minha dor de cabeça está a agravar-se - suspirei continuando a mexer-lhe no cabelo.

-Parvinho. - soltei uma gargalhada. - Não quero,fica-se sempre mal no fim. - murmurei e depois olhei-o nos olhos. - Porque é que ficaste rabugento? -olhei nos olhos seria- Não confias nada em mim para me contares o que te mete assim? - suspirei novamente como fazia muitas vezes. Levantei-me e fui buscar uns comprimidos milagrosos para dores de cabeça, dei-lhe uma garrafa de agua nova e depois estendi-lhe o comprimido.

-Não é isso Mads, eu confio, mas não há nada para contar, eu só não quero ninguém e estou farto que as pessoas me tentem apresentar gajas porque pensam que têm futuro e eu só as como e deito-as fora - encolhi os ombros. Agarrei na garrafa de água e no comprimido e tomei-ao. - Obrigado.- agradeci.

-Ok Kevin, sim eu sou parva. Mas não contes. -suspirei e depois sentei-me no fundo da cama e fitei-o. - De nada e na boa, daqui 14 minutos faz efeito. - murmurei e fitei o teto. - Tu és do tipo de rapaz que eu nunca me aproximaria. - afirmei suspirando logo de seguida.

-É verdade - suspirei encolhendo os ombros. Agarrei-me à almofada fechando os olhos e assentindo ao que ela dizia, apenas os abri com o seu comentário. - Porquê? - perguntei.

-Tu é que sabes. - suspirei e depois olhei para ele com um sorriso completamente irónico. - Porque tu és daqueles rapazes completamente queridos, fofinhos, que procura o seu amor e não fazes sofrer ninguém. - Suspirei. - Porque será?- fitei os seus olhos. - Só espero que encontres alguém que ames e que ficas com ela para sempre. - murmurei desejando-lhe tudo de bom...como se me fosse despedir, e no fundo estava.

Não liguei à sua expressão irónica e revirei os olhos - Eu sei que sou, obrigado - resmunguei com suspiro. Olhei-a quando me falou em eu encontrar alguém. Eu encontrei, e ela morreu. Por minha causa. - Sim, não creio que isso aconteça - encolhi os ombros - mas obrigado. - agradeci.

-Vai sim. - empurrei-o de leve.- Ás vezes quando se pensa que se encontrou o amor das nossas vidas e o perdemos vêm outro superior a esse e depois fica tudo bem novamente. - encolhi os olhos e olhei-o nos olhos estava séria, estava a ser sincera como nunca foi. - Nunca me apaixonei a sério, fugi sempre. - murmurei deitando-me a seu lado.- E tu? Já te apaixonaste?

Mordi o lábio com o que ela estava a dizer e abanei a cabeça.
-Não, não vem - disse-lhe e respirei fundo para não ficar todo emotivo. Olhei-a quando me fez a pergunta difícil e engoli em seco.
-Já. - disse não querendo falar disso.

Suspirei e abracei-o com força. - Pronto, desculpa. - murmurei engolindo a seco e senti-me mal por o fazer sentir mal visto que nunca o tinha visto assim. - Já sabes se quiseres falar sobre isso fala, mas não fiques assim. Custa-me, nunca te tinha visto...a ficar assim. - murmurei e envolvi-o nos meus braços novamente. - Mas também percebi que não querias falar, por isso...ok.

Quando ela me voltou a abraçar encostei a minha testa ao seu ombro, porque até era bom ter alguém a quem nos pudéssemos abraçar.
-Tu sabes que não tem mal falar disso... - disse apesar de me afectar e eu não gostar de me sentir afectado. - mas hoje não.. - pedi. Para além de estar de ressaca estava sem paciência para ficar menos feliz.

-Têm sim, principalmente porque tenho a certeza que nunca te abriste com ninguém. - suspirei e depois olhei-o nos olhos e sentei-me no colo dele. - Ainda não estás melhor da ressaca? - perguntei baixinho para que não piorasse a dor de cabeça.Beijei-o na testa e levantei-me indo ter a janela, fitei o espelho vendo o meu corpo totalmente diferente...arrisco-me a dizer que estava uma mulher feita.

-Eu.. - parei de falar para pensar e depois continuei - com quem é que queres que eu fale? - perguntei encolhendo os ombros - e sobre o quê, não há nada para dizer. - suspirei levantando-me e tocando-lhe na bochecha. - Tu sabes... que és especial na minha vida porque és a única que te importas mesmo. - disse olhando-a nos olhos. - Eu estou mais ou menos da ressaca, só tenho que ir comprar uma garrafa de água.

-Já que não falas comigo arranja alguem para falares, disso. Desse teu amor não achas? - olhei-o nos olhos e passei a minha mão pela sua cara. - Só ás vezes não sei se confias mesmo em mim, pareces tão forte, tão frio, tão impenetrável- comentei baixinho e baixei o olhar levantando-o momentos depois. - Tenho ali montes de garrafas de águas...mas se queres ir comprar podes ir. -suspirei.

-Não quero - baixei o olhar porque sabia que ela ia ficar chateada - eu sou assim, talvez, mas isso não quer dizer que não confie - agarrei-a pela cintura e como ela era baixa abracei-a puxando-a para cima e rindo-me. - Eu vou buscar então - coloquei-a no chão e fui buscar uma delas.

Resmunguei qualquer coisa imperceptível. -Faz o que achares melhor. - olhei-o nos olhos. - Não é uma questão de confiar, mas sim de aliviar. - suspirei e depois avancei até ele novamente quando me pegou ao colo soltei uma gargalhada delicada.- Estou a voar, yey. - gozei comigo mesma. Assenti ao que disse a seguir e sentei-me na cama, ao sentar-me prendi a camisola a mão e fiquei com o sutiã completamente a mostra e também não reparei.

Bebi um bocado de água e virei-me para ela abanando a cabeça quando vi o seu soutien praticamente todo. Ri-me sentando-me na cama e coloquei-lhe a camisola bem.
-Queres que eu te viole é?

Olhei para baixo e tirei-lhe a mão puxando-a eu para cima. - Com essa conversa outra vez? - gargalhei e deitei-me para trás suspirando. Fitei o teto e como sempre perdi-me nos meus pensamentos ignorando todo o mundo a minha volta.

-Não é conversa nenhuma - ri-me e deitei-me com ela na cama. Ao fim de algum tempo olhei-a e abanei-a levemente.
-Acorda Mads, pareces uma autista, no seu mundo -sorri e encostei-me a ela. - Não tens ninguém na mira? Para gostares? Andas demasiado parada.

Olhei para ele com um sorriso gozão e fiz um olhar distante e vibrado. - Se calhar sou. - gozei e compus-me ficando outravez com o olhar calmo. -Pois pois ando, por isso é que vou desandar daqui a sete pés. - suspirei e mal o teu telemóvel tocou desliguei-o sem me preocupar de quem era a chamada.