Quarto do Kevin Grant

Os gemidos brotaram pelos meus lábios de forma descontrolada e as minhas mãos encontraram o seu cabelo, puxando-o. O meu corpo estremeceu. Os meus olhos fecharam-se, o meu corpo arqueou e os dedos dos meus pés contorceram-se, fazendo-me chegar ao orgasmo. O suor escorria pelo meu rosto e a minha respiração ofegante demonstrava todo o prazer que eu estava a sentir. Esperei que ele atingisse o seu também e deixei-me descair sobre a cama, tentando acalmar-me.

Olhei para ela deixando-a recompor-se e puxei uma almofada colocando-a de baixo da minha cabeça.
-Mostra-me as tuas tatuagens - disse olhando para umas e tocando-lhes.

Passados alguns minutos a minha respiração já estava regulada. Olhei-o quando o senti tocar-me no braço, nas minhas tatuagens.
- Como assim mostro-tas? Já as estás a ver...- encolhi os ombros, apesar de não ter apenas nos braços.

Fiquei a olhar para elas durante um bocadinho tocando-lhe.
-E não me podes dizer uma que tenha mais significado? - perguntei - não é para me meter - revirei os olhos - não tens contar a tua vida - suspirei.

Sentei-me de pernas à chinês com as costas encostadas à cabeceira da cama e encolhi os ombros.
- Posso, não tem problema.- ou até tem, mas ultimamente andava demasiado sufocada e ele fora a primeira pessoa interessada em saber o significado das minhas tatuagens, a maioria das pessoas olhava-me de lado por causa delas. Não que me importasse, já estava habituada.- tenho várias espalhadas pelo corpo, mas eu digo-te algumas das mais importantes.- suspirei.- tenho esta.- apontei para a parte de dentro do meu pulso esquerdo que tinha uma tatuagem que dizia '' i love you dad ''- é o homem da minha vida, apesar de tudo.- engoli em seco, respirando fundo.- depois tenho esta.- apontei para a parte de dentro do meu pulso direito que tinha uma tatuagem que dizia ''Hero''.- é o meu irmão.- por tudo o que ele fez para me manter viva, completei mentalmente.- ainda tenho esta.- estiquei-lhe o anelar, mostrando-lhe na parte de dentro a palavra ''stronger''.- apesar de nem sempre o ser, tento mostrá-lo.- encolhi os ombros. Desviei o cabelo do meu pescoço e mostrei-lhe a tatuagem com uma clave de sol na parte de trás da orelha com umas notas musicais.- aqui é onde me refugio, na música.- murmurei.- e para finalizar tenho esta.- mostrei-lhe o meu dedo do meio que tinha uma pequena cruz depois do nó.- que é para fazer assim.- fiz-lhe um pirete e ri-me levemente, um pouco sem graça. Na verdade, a cruz significava a morte da minha mãe a partir do dia em que nos decidiu abandonar.

Fiquei atento a ouvi-la. Afinal até tinham significado, eu não era assim tão burro. Ri-me quando me mostrou o dedo do meio e abanei a cabeça.
-Se fosse só para isso bastava fazeres duas bolas aqui - disse apontando para as mãos e encolhendo os ombros - Tens mais? - perguntei curioso.

Olhei-o quando ele disse que a cruz não era apenas para mostrar o dedo do meio. Como é que ele sabia? Engoli em seco e descruzei as pernas, flectindo os joelhos e levando-os ao peito para os abraçar.- pois, talvez não seja só para isso.- encolhi os ombros, apoiando o queixo nos joelhos.- já viste bem os meus braços? - estiquei-os.- o que não faltam aqui são tatuagens.- sorri levemente.- mas sim, tenho uma que é grande mas quase nunca reparam nela.- murmurei, erguendo o corpo para me colocar de joelhos na cama, de costas para ele. Afastei o cabelo e deixei que ele observasse o que eu chamava de ''obra de arte''.- fui eu que desenhei , depois decidi tatuar.- encolhi ligeiramente os ombros.

Toquei com dois dedos na tatuagem.
-Eu reparei em qualquer coisa - disse percorrendo-a com o olhar. Nhe, já não ia esquecer dela por isso não valia a pena olha-la assim. - É. desenhas bem - ri-me piscando-lhe o olho.

O meu corpo arrepiou-se quando senti os seus dedos percorrerem-me as costas e estremeci ligeiramente.
- Isto é como eu queria que o mundo fosse para mim.- comecei mesmo sem ele perguntar.- queria que os meus olhos vissem o que me rodeia como o rasgar de um céu aberto, azul.- suspirei.- queria que depois de todos os problemas viessem as coisas boas.- voltei a sentar-me.- é como se eu quisesse que depois de tanta chuva aparecesse o arco íris percebes? - senti a minha visão turva.- queria conseguir encontrar o meu pote de ouro ao fim do arco íris.- mordi o lábio.- mas eu nem percorrer o arco íris eu consigo.- passei uma mão pela cara e levantei-me virando-me de costas.

Aproximei-me dela ao perceber que estava a chorar e coloquei o queixo em cima do seu ombro rodeando a sua cintura.
-Se não consegues ultrapassar o arco-íris assim porque é que insistes e não tentas de outra maneira? - olhei-a - Só precisas ter força para ultrapassar as cores todas. A cor azul - a do início - é a mais forte, depois vai diminuindo gradualmente e acabas por conseguir - encolhi os ombros fazendo uma careta com o que tinha dito.

O meu corpo ficou tenso quando senti os seus braços em volta da minha cintura, e apesar de hesitar durante uns minutos, deixei-me ficar assim. Passei as mãos várias vezes pela cara, controlando-me. Não vais chorar à frente dele, nunca mais Sam!
- E onde é que eu arranjo força Kev? - suspirei.- a minha vida nunca vai mudar, eu não tenho direito a arco íris.- encolhi os ombros.- sou daquelas pessoas que só têm a parte da chuva.

-Toda a gente tem direito a um arco-íris, - suspirei ainda com o queixo em cima do seu ombro - só tens que encontrar o teu - encolhi os ombros. - É bom que aproveites, não gosto de ver raparigas a chorar, mas não vás a dizer a ninguém que sou todo fofinho - resmunguei brincando ao mesmo tempo com ela.

Deixei-me ficar a olhar para a sua parede com alguns desenhos enquanto suspirava.
- Ele nunca vai aparecer, mas pronto está bem.- encolhi os ombros, rindo-me levemente com o que ele disse.- não te preocupes, não vou se eu a estragar a tua reputação.- virei-me para ele.- e tu não contes a ninguém que que me viste neste estado.- baixei ligeiramente o olhar.

-Eu não sou desses - disse encolhendo os ombros - não comento o que faço na cama - ri-me passando a mão pelo ombro - Anda ajudar-me nisto e veste-te - disse vestindo uns boxers e pegando numa caneta para desenhar alguma coisa interessante na parede.

Ri-me levemente com o que ele disse e assenti, virando-me para apanhar as minhas roupas. Vesti a lingerie e de seguida a minha roupa.- o que queres que desenhe? - inquiri, pegando também numa caneta e aproximando-me da parede.- pode ser o que quiser ou tens preferência?

Encolhi os ombros começando a pintar uma coisa que tinha começado.
-É o que tu quiseres mas podes exprimir-te, a minha parede é a tua parede - gozei revirando os olhos e concentrando-me na minha obra de arte

Assenti e deixei-me ficar por momentos a olhar para o pedaço de parede branca que a partir daquele momento me pertencia, sim, apenas isso, a olhar. Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e olhei-o vendo-o já a desenhar. Observei cada traço do seu rosto com atenção. Comecei pela linha bastante definida do seu maxilar, subindo para o seu queixo algo sobressaído que lhe dava um ar bastante sexy. E por fim, para além do seus olhos, olhei para uma das coisas que mais gostava no seu rosto, os seus lábios. Mordi o meu levemente e ri-me baixinho, com a ideia que estava a ter. Rodei a caneta por entre os dedos e retirei-lha a tampa com a boca. Os traços começaram a surgir de forma natural, como sempre acontecia, acabando por dar origem ao que tinha imaginado , sim tirar nem por.

Depois de ter acabado de pintar o que estava a fazer, fui buscar as tintas que precisava para a minha ideia. Comecei a desenhar a carvão para não fazer esterco, a parede era um bem precioso não podia estragar. Apesar de ela ter acabado o desenho primeiro que eu, eu fiquei calado até ao fim sem falar até acabar. Hoje não estava especialmente bem, primeiro tinha os pesadelos na minha cabeça que não desapareciam, depois a Mads a dizer que se ia embora... tantas coisas. Mordi o lábio quando acabei e fiquei durante um bocado a olhar para ele.

Assim que terminei o meu desenho, deixei-me ficar em silêncio. Das coisas que mais prezava quando estava a criar era o silêncio. O fluir das ideias sem que nada, mas mesmo nada se intrometesse nesse acontecimento, porque no fim de contas, no concluir de todas as criações, o silêncio era a maior das artes. Sentei-me no meio do chão, cruzando as pernas à chinês, enquanto o via acabar o desenho dele. Os meus olhos arregalaram-se quando vi o seu desenho pronto e a minha visão como que se prendeu naquela obra de arte.- oh meu deus.- murmurei baixinho, ficando estática a olhar para aquilo.- eu vou casar-me contigo.- ri-me.

Abanei a cabeça ao que ela disse.
-Não, se calhar devia ter usado outras cores...- fiz uma careta dando um pequeno retoque com preto e só depois me afastei olhando-a. - Eu conheço - toquei no meu maxilar - tu desenhaste a minha boca? - ri-me.

- Cala-te.- resmunguei, atirando-lhe com a caneta à testa. Ya, eu tinha boa pontaria.- está perfeito assim, mudas alguma coisa e eu espanco-te, e olha que sou violenta.- apontei-lhe um dedo e comecei a balançar para a frente e para trás como uma criança pequena.- desenhei.- encolhi os ombros, rindo-me algo embaraçada.- gosto deles.

-Não és só tu que és violenta - disse-lhe encolhendo os ombros e fui abrir as janelas para o ar fluir. Olhei para a piscina que agora já estava cheia, virei-me para ela encostado à janela e toquei no meu maxilar e lábios - Eu sou sexy e isto ainda é mais - disse olhando para as horas. - Não sou daqueles que fode uma e depois deixa-a logo, por isso, vamos almoçar.

- Uh, seu maroto.- fiz o gesto felino acompanhado de um ''rawr'' e ri-me, levantando-me num impulso. Aproximei-me dele, encostando-me à janela, ao seu lado.- o teu maxilar é muito definido.- encostei a cabeça no seu ombro e passei um dedo pela linha do seu maxilar.- pronto, sim, estas duas coisas são muito sexy's.- revirei os olhos rindo.- cá para mim matas com veneno na comida, é por isso que queres ir almoçar.- gozei.

Sorri levemente quando começou a passar o seu dedo pelo meu maxilar e olhei-a.
-Não, já matei gente suficiente - fiz dali uma piada estúpida rindo-me apesar de não me apetecer. Desencostei-me da janela indo até à casa de banho que estava metade pintada e meti-me de baixo do chuveiro. - só vou tomar um duche.

Vi pela forma como ele se riu que não estava com vontade nenhuma de o fazer, o que significava que aquele assunto tinha algum significado para ele. - desculpa.- murmurei, mesmo sabendo que na verdade eu não tinha culpa, ainda não era bruxa. Segui-o quando se desencostou, mas apenas me sentei na sua cama.- está bem.- assenti.- mas se calhar eu assim ia até ao meu quarto tomar uma banho também e depois vinha aqui ter contigo.- encolhi os ombros.

Olhei para ela de sobrancelha erguida quando pediu desculpa. Eu estava assim tão mal ou era ela que conseguia detectar bem as mentiras ou sorrisos falsos? É que se fosse a segunda opção ia ter que aguentar muitos meus.
-Na boaaa - disse-lhe. Assim que ouvi o que ela tinha dito sai da casa de banho e puxei-a novamente para lá.- Não vais a lado chique, podes tomar banho comigo.

Assenti quando ele disse que não havia problema e estava prestes a abrir a porta para ir ao meu quarto quando o sinto puxar-me para dentro da casa de banho.
- Oh, mas eu não sabia.- encolhi os ombros.- podias querer tomar banho sozinho..- murmurei, despindo a minha roupa.

-Quem é que gosta de tomar banho sozinho? - ajudei-a a tirar a roupa e ligando a água quando já estávamos de novo nus. Estiquei um braço e liguei a música levantando as sobrancelhas muitas vezes e ri-me agarrando no champô e passando-lhe no cabelo.

- Eu.- fiz uma cara toda estranha e comecei a rir-me enquanto o via ajudar-me a despir.- obrigada paizinho.- roubei-lhe um beijo e segui-o para a banheira, enfiando o meu corpo debaixo do chuveiro para sentir a água molhá-lo. Sorri radiante quando o ouvi por música e desatei a rir quando vi o que ele estava a fazer às sobrancelhas.- cuidado com o meu cabelinho sim? - gargalhei, fechando os olhos ao sentir as suas mãos lá.

-Eu tenho cuidado só porque ele é brutal - justifiquei-me fazendo-lhe uma massagem - tens sorte, nem toda a gente recebe uma massagem tão boa como a minha - ri-me largando-lhe o cabelo e dei-lhe espaço para ir para de baixo de água.