Rua

- Eu... - fiz uma cara estranha. Ele devia ter andando a beber, até porque cheirava bastante a fumo e não estava nada bem - Vou levar-te para o meu quarto, está bem? - suspirei e olhei para ele.

Olhei para os lados fechando os olhos para a parar de a ver.
-Sai da minha vista - murmurei com a voz um bocado sem força - Sai Cyn - pedi quase desesperadamente

- É a Ruby... - disse baixinho e suspirei porque no estado que ele estava não valia a pena. Levantei-me e quando lhe peguei no braço para lhe fazer o mesmo, olhei para os pulsos dele - Credo Jack... que foste fazer? - suspirei e agarrei-o. Não tinha ali nada à mão por isso só podia fazer alguma coisa no meu quarto, o problema era leva-lo para lá.

Quando abri os olhos voltei a ver a rua mas de uma forma muito anormal, apesar das cores estarem ainda muito brilhantes a rua parecia que estava deitada. Olhei para uma rapariga que não conhecia de lado nenhum e percebi que estava deitado. Não me sentia muito bem, parecia que tinha perdido as forças todas e ardia-me muito os braços. Levantei-me ao tremeliques e encostei-me a uma parede.
O meu carro estava mesmo ao meu lado, destruído e arruinado com eles ainda lá dentro e comigo a contorcer-me de dores na estrada apesar de eu estar levantado.

Coloquei melhor o braço à volta da cintura dele - Tens de me ajudar um bocadinho nem que seja a mexer os pés... - tentei fazê-lo andar para sairmos da rua e irmos para o meu quarto onde poderia tratar dele.

Não sei como nem porquê, mas senti os meus pés a andar enquanto eu me apoiava em algo. Encostei a a cabeça ao que parecia ser um ombro e fechei os olhos enquanto mexia os pés.
-Não consigo- queixei-me

- Não é muito longe daqui... - disse-lhe enquanto me esforçava para o levar dali mas era um bocado dificil por vários motivos, um deles o facto de eu ser pequena e ele ser gigante e não ser propriamente leve.

Fiz mais força. - Estou? Ups - fingi preocupar-me. Pensei numa maneira de lhe mostrar aquilo que fazia e ao mesmo tempo dar-lhe uma lição. Lembrei-me duma e levei-a para a rua que ficava perto do centro de saúde.

- Larga! - abanei mais os braços e tentei que ele me soltasse quando começou a levar-me sei lá para onde. - Que estás a fazer? Deixa-me estúpido.

Silver Botwin escreveu:

Encolhi os ombros e olhei para ele - Não sei, escolhe tu. - sorri-lhe e pus-me a olhar em volta, a tomar atenção a tudo.

Olhei para ela, porque não conhecia quase nada disto, apenas uma geladaria onde tinha passado no dia anterior. - Queres ir comer um gelado? - convidei-a simpaticamente. - Vi uma geladaria no outro dia, podemos ir lá experimentar.

Sorri-lhe de novo e assenti com a cabeça - Sim, pode ser. Estou com calor e um gelado vinha bem. - segui-o até à gelataria.

Pus a t-shirt no ombro e caminhamos a um passo lento pelas ruas que ladeavam o camp. - Depois... queres ir sair um dia destes... à noite? - perguntei olhando para ela.

Ia distraída quando ele disse algo que eu não percebi por estar tão distraída. - Desculpa... estava distraída, o que que dizeste? - perguntei olhando-o.

Desviei o olhar dela e olhei em frente. - Estava a perguntar-te se querias ir sair... depois... - voltei a perguntar meio atrapalhado não sei porquê...

Sorri ao ouvir a sua pergunta, talvez não esperando que ele me convidasse para sair, porque era isso que estava a fazer. - Tens o meu número, basta dizeres qualquer coisa. - sorri.

Olhei para ela e sorri. - Está bem. - disse-lhe. - Acho que vou voltar para o camp, estou cansado. - disse com um suspiro.

- Eu também. - suspirei e ainda pensei em aproximar-me para lhe beijar a bochecha mas não o fiz. - Até depois. - sorri.

- Até depois... eu mando mensagem... - disse e aproximei-me dela dando-lhe um beijo na testa. - Fica bem. - sorri e afastei-me dela indo para o camp.

Aqueles lábios carnudos na minha testa... Acabei por ir também para o camp, e passei pelo bar para comprar uma baguete e fui para o meu quarto de seguida.

- Vai-te embora Allison - gritei com ela. Entrei dentro do carro, encostando a testa ao volante e batendo lá com a cabeça. Aquilo não era nada justo, eu nem tinha entendido bem o que acontecera. Tinha simplesmente desligado a chamada

Revirei os olhos e entrei no carro como se aquilo fosse meu e encostei-o ao assento, sentando-me depois no seu colo com uma perna de cada lado e fi-lo olhar-me.
- Fala comigo, Blake.

- Vai-te embora Allison - voltei a dizer, tirando-a de cima de mim e voltando a encostar-me ao voltante - Eu quero estar sozinho - limpei as bochechas para ela não ver - Vai-te embora

Engoli em seco e reparei que levou as mãos às bochechas.
- Estás a chorar? - murmurei. - Deixa-me ficar contigo. - pedi.
Puxei-o um bocado para mim e dei-lhe um abraço não muito apertado porque sabia que ele me ia afastar.

Encostei a cabeça a dela quando me abraçou - não quero que fizes comigo, quero que te vas embora - disse, afastando-me. - e não, não estou a chorar

Fiz cara de má.
- Não me vais afastar de ti agora, idiota.
Pressionei-lhe as bochechas e dei-lhe um chocho nos lábios.
- Não te obrigo a falar, mas não me mintas.

- Não te estou a mentir e sim vou-te afastar porque não te quero aqui - encolhi os ombros - Vai-te embora Allison - repeti pela terceira vez e estiquei-me, abrindo a porta do lado dela - Sai

Revirei os olhos e fechei a porta.
- Já falamos que não sigo ordens. - encostei a minha testa à dele por momentos e olhei-o nos olhos. - Muda para aquele lugar, passa-me a chave e deixa-me distrair-te seja lá do que for.
Estendi a mão.
- Nem é preciso falar. Vá, dá-me a chave. Tenho carta!

Sem dizer nada ou sequer olhá-la, dei-lhe a chave e fui para o banco de trás, encostando a cabeça ao acento e fechei os olhos - não faças nada ao meu carro - disse - ao minimo risco, pagas um novo

Olhei-o, sentando-me direita.
- Eu sei conduzir. E não vamos muito longe.
Coloquei o cinto e a chave, ligando o carro e andando pelas ruas.
- Queres ir em silêncio? - perguntei, batendo com os dedos no volante.

- Vais-me levar onde? - perguntei, olhando-a - e sim, depois de responderes a esta pergunta quero ir em silêncio - voltei-me a encostar, suspirando. Quem devia ter morrido não era ele, devia ter sido eu.