Telemóvel da Ruby Moore

-Sim - disse fechando os olhos - acho que não consigo dormir bem sem ti - murmurei tentando que soasse alto para que ela me ouvisse - amanhã eu ligo-te e gasto eu dinheiro - ri-me baixinho - vamos gastar montes de dinheiro mas vale a pena.

- Nem eu sem ti. Apesar da camisola. - murmurei a morde o lábio inferior. Ri-me com o que ele disse e fiquei de olhos fechados, a agarrar o telemóvel com força - Não faz mal, é por uma boa causa. - abri os olhos - E depois temos o skype. Dai não pagamos.

-Acho que vou faltar às aulas para nos vermos sempre a horas decentes, detesto fusos horário - queixei-me baixinho com a voz meio apagada já quase a adormecer. Eu não tinha feito nada hoje, mas já estava cansado como se fizesse, o meu corpo doía e pesava na cama.

- Não vais nada. - disse-lhe num tom que me fez muito lembrar a minha mãe - Não quer que te prejudiques por causa de mim, apesar de seres um génio. - fiz festinhas atrás da orelha do cookie quando este se mexeu na cama - Amo-te. - murmurei sorrindo.

Ri-me quando disse que era um génio e apenas revirei os olhos ainda com um sorriso, virando-me na cama, não sabendo para que lado mais me virar. Apetecia-me era apanhar um avião para lá.
-Não me vou prejudicar, não te preocupes, mas se me prejudicasse por ti, não fazia mal.

- Fazia sim. - disse-lhe de olhos semicerrados apesar de ele não me conseguir ver - Não quero que te prejudiques por causa de mim. - mordi o lábio quando o ouvi às voltas na cama - Não consegues dormir? - olhei para o cookie que já dormia.

-Eu não me vou prejudicar, não te preocupes - sorri levemente fechando os olhos com um suspiro. - Não - murmurei puxando as mantas para cima da minha cabeça e passei as mãos pela minha barriga - Mas tenho sono - queixei-me baixinho.

- Pensa em mim. - disse baixinho com um suspiro - Pensa que eu estou ai contigo. - mordi o lábio - Estou a dar-te festinhas no cabelo, não estás a sentir? - fechei os olhos para não começar a chorar. Eu queria aquilo, queria estar lá com ele - E assim que adormeceres, vou dar-te um beijinho nos lábios.

Aninhei-me em mim próprio assim que pediu para pensar nela e fiz o que ela pediu engolindo em seco para não desatar a chorar como um bebé enquanto ela falava, mas a verdade é que resultou, eu pensei e imaginei tudo o que ela me disse e em poucos segundos adormeci.

- Kev? - chamei baixinho. Sorri quando ele não me respondeu e percebi que tinha adormecido - Amo-te. - disse apesar de ele não conseguir ouvir. Desliguei a chamada e pousei o telemóvel em cima da mesa de cabeceira antes de me deitar debaixo das mantas a sonhar com ele e adormecer.

Abri os olhos ainda era muito cedo, mas já não ia conseguir mais. Suspirei passando as mãos pelo meu cabelo enquanto me espreguiçava. A ideia estúpida de comprar um animal qualquer para me fazer companhia não me saia da cabeça. A verdade é que não pretendia sair desta casa e sentia-me demasiado sozinho apesar de estar rodeado de empregados e dos meus pais.

Levantei a cabeça um bocado surpreso por ter reparado e sentei-me na cama olhando para a minha colcha. Carreguei no verde e fechei os olhos respirando fundo.
- Amor.

Deitei-me na cama não me importando minimamente com o facto de ainda me ter de vestir e sorri quando ouvi a voz dele mas rapidamente mudei de cara.
- Aconteceu alguma coisa, Kevy?

Fechei os olhos e tentei acalmar-me deixando-me cair na cama.
-Não, está tudo bem - assenti com a cabeça fechando os olhos e mordendo o lábio respirando fundo alguns vezes. - Como é que estás?

Sabia que ele não estava normal mas pronto. Mordi o lábio enquanto sorria - Estou de toalha. E a fazer figas para que me apareças aqui à frente. - voltei a sentar-me na cama e agarrei-me à minha almofada - Diz-me o que se passa.

Fechei os olhos com um meio sorriso quando ela me disse aquilo.
-Isso é tão bom de imaginar - disse ainda de olhos fechados e suspirei quando insistiu o que se passava - são só os meus pais, nem vale a pena falar princesa.

- Preferes falar de mim em toalha? - perguntei a morder o lábio inferior enquanto sorria. Deitei a cabeça na almofada e fiquei a olhar para o tecto e a sorrir - Hoje vou ser eu a imaginar que tu estás aqui. - disse-lhe enquanto sorria levemente.

Não consegui evitar rir quando ela perguntou se preferia de falar dela de toalha.
-Claro que prefiro, milhares de vezes - disse fechando os olhos e sorri mordendo o lábio - eu fazia-te tanta coisa se estivesse ao teu lado.

Mordi o lábio inferior enquanto sorria e levantei-me da cama. Meti o telemóvel em altifalante e fui até ao meu roupeiro para tirar uma lingerie lavada, começava a ficar frio e tinha de me vestir - Agora estou de sutiã e cuecas. - enfiei-me dentro da cama e agarrei o telemóvel contra a orelha mais uma vez - Que coisas é que me fazias?

-Eu consigo ouvir-te - sorri conseguindo ouvi-la a vestir-se. Mordi o lábio e agarrei novamente na minha rosa que estava um bocadinho despedaçada por causa do meu ataquezinho à pouco - primeiro dava-te a rosa que tenho nas minhas mãos, depois enchia-te com beijos..

Encolhi-me toda na cama a pensar nele e sorri - Tens uma rosa na mão? - perguntei toda derretida - É vermelha? Para te lembrares de mim? - sorri ainda mais e assenti com a cabeça apesar de ele não vir - Sim, depois enchias-me de beijos. O que é que fazias depois? - perguntei baixinho de olhos fechados e a desejar que ele estivesse ali.

Ri-me olhando para a rosa que tinha na mão e assenti com a cabeça, mordendo o lábio devagarinho. - Tenho, sim é vermelha e não tem espinhos - ri-me virando-me de lado para olhar para os desenhos dela - Depois abraçava-te com força e dizia que te amava.

- Então fica agarrado a ela. - disse com um sorriso, suspirando de seguida. Encolhi-me mais na cama e assenti com a cabeça - Tenho saudades que me faças essas coisas. - murmurei mordendo o lábio inferior a seguir - Tenho saudades tuas, Kev..

Suspirei quando voltei a ouvir o som tom mais triste e comecei a brincar com as pétalas da rosa.
-Pensa positiva, cada dia é que passa é menos um dia para nos voltarmos a ver - claro, como se até eu conseguisse pensar assim.

Sorri um bocadinho com o que ele disse e tirei a camisola dele debaixo da minha almofada - Eu sei. Mas tenho saudades de te ter aqui e de te abraçar e beijar. - fiz uma careta quando percebi que tinha mesmo de sair da cama e vestir-me - O que é que vais fazer hoje?

Sorri pressionando um lábio no outro e voltei a rebolar na cama com um suspiro - Vai passar rápido, prometo - murmurei com um meio sorriso apesar de ela não ver. Encolhi os ombros com a sua pergunta - não vou fazer nada - respondi.

- Eu sei, amor. - disse com um sorriso enquanto voltava a meter o telemóvel em alta voz para vestir o vestido que tinha em cima da cadeira. Voltei a pegar no telemóvel depois de ajeitar o cabelo e fui até à janela - Eu tenho de levar a Lilly ao parque. Amanhã começam as aulas dela e ela está toda tristonha.

Levantei-me ouvindo o fecho de vestido e mordi o lábio com um sorriso, eu podia aperta-lo, só não conseguia.
-Está tristonha? - perguntei abrindo a janela de minha casa para entrar na varanda ficando a olhar para o jardim - ela não está feliz por ir ver o Jacob?

Continuei à janela a olhar para a rua que dava para ver do meu quarto e fiz uma pequena careta por ver o tempo meio nublado. Já nem me lembrava do tempo em Londres. Suspirei - Ela está triste por estar longe de ti. Estas coisas a ela afetam mais.

Mordi o lábio voltando a ir para o quarto, estava demasiado calor para estar na rua. Sentei-me na cama passando as mãos pelo cabelo com um suspiro.
-Manda-lhe beijinhos meus, e diz-lhe que daqui a pouco já nos vemos - murmurei.